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Saúde em coma – 2

WILLIAMS ROGER CLETO*

Não é de hoje que se tem conhecimento do caos que se instalou na saúde pública em nosso Estado. A diferença é que antes as informações eram encobertas, e hoje, a imprensa tem mais liberdade para noticiar os desmandos de nossos governantes e gestores. Contudo, a pergunta que não quer calar é: por que só agora o Sindicato dos Médicos e o Conselho Regional de Medicina resolveram denunciar os desmandos e a falta de estrutura na saúde pública? Sabendo-se que esse caos não é de hoje! Cadê o Conselho Estadual e Municipal de Saúde que não se pronuncia sobre o caso? E por onde andam os nossos legisladores que não “enxergam” este caos? Só lembrando, na última sessão pública realizada na Assembleia Legislativa de Alagoas, constatou-se a presença de apenas quatro deputados. Isso é que é compromisso com o povo! Até quando teremos que ficar reféns desse jogo de empurra-empurra entre Estado e município?

No caso do município tem-se a deficiência na atenção básica, pois é inadmissível que um município como Maceió só cubra cerca de 22% de todo seu território em relação ao PSF. No Estado, tem-se o precaríssimo HGE, que de hospital geral só tem o nome, visto que não tem estrutura física para funcionar como tal, a não ser depois do término da reforma do antigo HPS e houver a fusão, quem sabe possa haver uma melhora.

Mas, como sempre, ninguém assume a culpa pela má gestão, exemplo disso é a Sesau, que em nota oficial colocou a culpa no município em detrimento da greve dos médicos. Porém, se esquece a Sesau da irresponsabilidade do Estado em planejar, adquirir e distribuir ambulâncias cidadãs para todo o Estado, não que isso seja desnecessário, pelo contrário, o problema é a falta de estrutura, em sentido amplo, para a demanda de pacientes que temos. Por isso, eu faço uma pergunta por todos que se sentem usurpados de seus direitos fundamentais: cadê o hospital de Santana do Ipanema, e porque não se constrói um hospital no Litoral Norte para desafogar o tão sofrido “HGE”? Com a palavra, os nossos políticos!

O que me deixa mais preocupado é a falta de participação popular e a quase inexistente fiscalização feita pela sociedade civil organizada. Se o povo tivesse mais consciência política perceberia que a soberania popular não se dá só de 4 em 4 anos e, certamente, usaria os remédios constitucionais para proteger seu direito líquido e certo e assim coibir as arbitrariedades. A pior doença é a inércia e, em detrimento disso, faz-se necessário deixar as críticas de lado e agir, independentemente de classe, para pleitear e garantir os nossos direitos fundamentais contra toda e qualquer tipo de omissão.

(*) É estudante de Direito da Seune.