Pesquisar
Agendar Atendimento Presencial

Serviços

ver todos

Estação de refrigeração será instalada no HR

Medida será adotada para minimizar o calor na unidade, que está sem ar-condicionado desde dezembro. Além da elevada temperatura, a urgência atende mais que o dobro de sua capacidade
    
A Secretaria Estadual de Saúde decidiu, ontem, instalar duas estações provisórias de refrigeração no Hospital da Restauração (HR). A medida paliativa foi tomada para minimizar o calor na unidade, que está sem ar-condicionado desde dezembro. Não há definição, no entanto, da empresa que prestará o serviço, nem quando as estações serão instaladas. Enquanto isso, o caos toma conta da maior emergência do Estado. Como se não bastasse a elevada temperatura que aumenta os riscos de infecção hospitalar, o setor de urgência ultrapassa sua capacidade de 90 internamentos, chegando a atender 200 pacientes diários.
    
A medida foi sugerida pelo diretor da Vigilância Sanitária Estadual, Jaime Brito, após reunião com o diretor do HR, George Telles. Duas centrais de ar-condicionado serão montadas, em contêineres, na área externa do hospital. Os dutos levarão o ar refrigerado para os setores mais críticos: emergências adulta e traumatológica, corredores, boxes e Unidade de Terapia Semi-intensiva. “Tem que ser algo de caráter emergencial e seguro para a população”, explicou Brito, lembrando que hoje será escolhida a empresa contratada para instalação do serviço.
    
O deputado estadual Isaltino Nascimento visitou, ontem, o Hospital da Restauração. Ele explicou que o governo estadual poderia utilizar os recursos do Fundo Estadual de Combate à Erradicação da Pobreza (Fecep) para solucionar os problemas no HR. “No ano passado, aprovamos a emenda do Fecep. O governo arrecada R$ 3 milhões por mês para aplicar em causas prioritárias, como a saúde. Acho inadmissível que tenham deixado a situação chegar a este ponto”, criticou. Isaltino chegou à unidade acompanhado de representantes do Sindicato dos Servidores de Saúde (Sindsaúde), que farão audiência para definir se haverá greve dos funcionários.
    
Segundo George Telles, a primeira pane de refrigeração do HR aconteceu em dezembro, quando a central da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) quebrou. “Como a UTI é prioridade, resolvemos o defeito apenas deste setor”, declarou. “A partir daí, elaboramos um cronograma de requalificação do sistema porque verificamos outras irregularidades. Alertei até o Ministério Público sobre o que poderia acontecer na emergência. Pouco tempo depois, ocorreu o colapso”, revelou o diretor. A rede antiga de ar-condicionado já tem 20 anos de uso.
    
A promotora de Saúde, Ivana Botelho, do MP, solicitou à Vigilância Sanitária, no último dia 14, diagnóstico sobre todas as centrais de refrigeração do HR. O relatório servirá para o programa de requalificação que será elaborado pelo hospital.
    
Defeito na geladeira do necrotério causa mau cheiro
    
Os pacientes internados na emergência do Hospital da Restauração (HR) não sofreram, ontem, apenas com o calor decorrente dos defeitos apresentados na central de refrigeração. Sentiram também o mau cheiro do necrotério da unidade, que apresentou problemas na geladeira. A denúncia foi feita pela ouvidoria da Associação de Defesa dos Usuários de Seguros, Planos e Sistemas de Saúde (Aduseps). Segundo a entidade, os cadáveres não estavam guardados na temperatura adequada para congelamento, o que alastrou o odor por toda a urgência. Alguns pacientes passaram mal, apresentando dores de garganta.

Segundo o diretor da Vigilância Sanitária, Jaime Brito, diante da situação caótica do HR, o risco de infecções hospitalares é alto. “Na emergência, há pacientes com quadros politraumáticos. Quando a temperatura está muito elevada e o ar não se renova podem acontecer casos de infecção”, explicou. A direção do hospital acredita que a redução nos atendimentos do Hospital Getúlio Vargas superlotou o HR.
    
Aterrorizados com a situação, muitos funcionários, inclusive seguranças, da unidade estão se prevenindo com o uso de máscaras. Médicos continuam evitando as batas e pacientes improvisam abanadores com papelão e radiografias.
    
Outra conseqüência do calor é a redução no ritmo de atendimentos. A servidora pública, Edione Silva, passou duas horas para receber o resultado de um exame de sangue de urgência. “Isso aqui está muito cheio de gente. Se a pessoa estiver para morrer, morre mesmo”, ressaltou.
    
O estudante Armando Silva, 19 anos, sofreu um acidente de moto. Com a queda, fraturou um braço e ficou bastante ferido no rosto. Ele só foi atendido após três horas de espera e, ainda assim, teve alta sem qualquer tratamento nos ferimentos da face. “Está demorando demais, é um absurdo. Estou sangrando, com a boca inchada e fui liberado”, reclamou.
    
Da Assessoria de Imprensa do Cremepe.
Com Informações do Jornal do Commercio.
JORNALISTA: CATARINA MARTORELLI