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Cremepe encaminha ofício ao MP depois de blitz em hospitais do Recife

Depois da blitz realizada em três unidades de saúde do Recife na noite desta terça-feira, 21 de junho, o Cremepe está encaminhando na tarde de hoje (22) um ofício ao Ministério Público, como providência inicial.
    
O ofício, endereçado à promotora titular da Promotoria de Saúde do Ministério Público de Pernambuco, Ivana Botelho, faz um encaminhamento da relação dos pacientes que necessitam de tratamento intensivo com urgência.
     
Foram identificados 20 pacientes em situação gravíssima e sem os cuidados necessários. No documento consta nome, número do prontuário, data de internamento e o parecer médico de cada paciente, para que o ministério público possa identificar o paciente no hospital público e encaminhar às UTIs dos hospitais particulares.
    
Entre os casos constatados pelos fiscais do Cremepe está o de pacientes infartados – aguardando internamento em UTI – desde o dia 15 deste mês e outros aguardando troca de válvula mitral desde 24 de maio.
    
A BLITZ – A equipe do Cremepe (composta por médicos, advogados e coletores de dados) que contou com o apoio de representantes do Sindicato dos Médicos, visitou as emergências do Hospital Agamenon Magalhães (HAM), Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC), além da Policlínica Amaury Coutinho, na Campina do Barreto. Repórteres, cinegrafistas e fotógrafos de todos os veículos de comunicação foram credenciados e puderam acompanhar a fiscalização.
    
No HUOC e na Policlínica os representantes da imprensa não tiveram problemas para terem acesso às emergências. Já no HAM houve resistência por parte dos homens que faziam a segurança na portaria. A diretora do hospital chegou a autorizar a entrada de todos, através do chefe do plantão, mas os seguranças não cumpriram a determinação.
    
Por conta disso, o Cremepe vai abrir uma sindicância interna contra aquela unidade. Para o presidente do Cremepe, Ricardo Paiva, “os vigilantes do HAM parecem ter mais autonomia do que a diretoria do hospital”, declarou. “Isso não pode acontecer. O que eles fizeram foi cercear o trabalho da imprensa, o que é um absurdo. Ai dentro deve ter algo de muito grave para que a entrada dos repórteres seja proibida”, completou o presidente do Cremepe.
    
Mesmo com o abuso de autoridade dos seguranças, os assessores de imprensa do Cremepe filmaram os locais por onde a equipe de fiscalização passou e disponibilizaram a fita às TVs locais.
    
Essa blitz realizada pelo Conselho e Sindicato vai se repetir em outros hospitais. A princípio a nova data será 12 de julho em outras emergências administradas pelos governos Estadual e Municipal.
    
CONSTATAÇÕES – Nas duas únicas Emergências Cardiológicas da Região Metropolitana, HAM e HUOC, mantidas pelo Estado, foi encontrada uma quantidade de doentes equivalente ao dobro da capacidade. Parte deles, inclusive, correndo risco de morrer por falta de atendimento adequado.
    
A emergência cardiológica do HAM, foi comparada, pelos médicos fiscais, a “um hospital de campanha” (como em situações de guerra). Todos os 20 leitos estavam ocupados e 13 pacientes ainda estavam em macas, no mesmo espaço, além de outras oito pessoas em bancos.
    
A Policlínica Amaury Coutinho, na Campina do Barreto, administrada pela Prefeitura do Recife estava com um mau cheiro insuportável. A equipe de limpeza, que é terceirizada não havia feito a limpeza da tarde. Pacientes tentavam, em vão, realizar exame de Raio-X. Lá é um dos poucos serviços que têm ortopedista de plantão, mas a máquina de raio X está quebrada há duas semanas. Uma mulher, na tentativa desesperada de amenizar a dor da sua mãe, tentava aplicar uma injeção.
     
Lençóis sujos e falta de cadeiras para uma simples aplicação de injeção, foram outros problemas encontrados. A Policlínica, que tem capacidade para atender 150 pacientes por dia, está realizando, atualmente cerca de 500 atendimentos.
     
Da Assessoria de Imprensa do Cremepe.