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Campanha alerta para Alzheimer

Academia Brasileira de Neurologia (ABN) realiza hoje, 21.09 (dia internacional da DA) uma campanha de conscientização em 12 cidades brasileiras
    
SÃO PAULO – Preocupada em esclarecer a população sobre a Doença de Alzheimer (DA), patologia neurológica que mata e afeta aproximadamente 3% das pessoas com mais de 65 anos, a Academia Brasileira de Neurologia (ABN) realiza hoje (dia internacional da DA) uma campanha de conscientização em 12 cidades brasileiras (no Recife, a ação acontece no Plaza Shopping Casa Forte).
    
“O objetivo do evento é mostrar que não se trata de um problema comum ao envelhecimento. Por isso, familiares e portadores não devem se acomodar quando aparecem os primeiros sinais de demência, por mais leves que possam parecer”, diz a neurologista Maria Fernanda Mendes, membro da diretoria da ABN.
     
São as confusões mentais, juntamente com quadros de transtornos de humor, os primeiros sintomas que se manifestam entre os portadores da doença na fase inicial. Segundo os especialistas, se aparecerem sinais de alterações de comportamento (depressão, agressividade e alucinações), a tarefa mais adequada é procurar orientação médica. Ainda há a dificuldade para reconhecer pessoas e objetos. “O problema é que a sociedade cruza os braços diante de episódios de falta de memória e das dificuldades que se pode ter para realizar atividades do dia-a-dia”, enfatiza o neurologista Francisco Vale, coordenador da campanha nacional.
    
É o comodismo o principal motivo que dificulta um bom diagnóstico e, conseqüentemente, o controle da doença. “Não existe cura da DA, nem mecanismos capazes de interromper o desenvolvimento do problema, embora seja possível os medicamentos atuarem para estabilizar os sintomas, como agitação, agressividade, distúrbios do sono e alucinações”, esclarece Vale, que reforça a importância da campanha, que traz informações sobre os estágios da doença.
    
“Apesar de os remédios não evitarem o avanço da doença, são capazes de amenizar o sofrimento. Na etapa inicial, por exemplo, a perda da memória afeta o desempenho, mas pode ser controlada com a colaboração dos profissionais de saúde e parentes.”
    
Afeto e atenção podem ajudar a desacelerar progressão do mal
    
É até possível desacelerar a progressão da doença quando os acompanhamentos farmacoterapêutico (com tranqüilizantes, antidepressivos e sedativos) e psicológico não são abandonados. Ou seja: a melhora da atenção, da linguagem e da qualidade de vida dos pacientes depende principalmente do afeto e da paciência das pessoas próximas. Quando é dedicada atenção integral ao doente, a progressão da doença não é rápida. Mas é preciso que os cuidadores também cuidem da própria saúde.
    
Segundo pesquisas recentes, cada paciente com a Doença de Alzheimer (DA) envolve quatro pessoas – que passam a se empenhar intensamente para diminuir o sofrimento do paciente. “São indivíduos que, por se dedicarem bastante, adoecem junto. Por isso, também devem passar por terapias e até recorrer ao tratamento medicamentoso”, enfatiza o neurologista Francisco Vale.
    
A importância do diagnóstico correto também será um ponto discutido durante a campanha, uma vez que se trata de uma situação delicada o diagnóstico do problema. “Como não existe um exame para fornecer um resultado positivo ou negativo, os médicos ainda se sentem inseguros. É necessário fazer uma análise clínica do paciente com precisão, o que exige critérios específicos de exclusão de sintomas que podem ser ou não causados pela DA”, afirma a neurologista Maria Fernanda Mendes, que cita como exemplo a depressão.
    
Quadros depressivos, no caso da doença, podem aparecer até antes do esquecimento. “Mas a depressão isolada não serve como diagnóstico, e sim como um sinal coadjuvante. Depois de excluídas todas as causas dos sintomas de tristeza profunda e de confusão mental, pode-se pensar em Alzheimer”, acrescenta a neurologista, que também esclarece sobre os fatores de risco.
    
“Não há meios de prevenção, qualquer pessoa está sujeita a ter.” Existem, contudo, medidas gerais que ajudam a proteger contra o problema, como exercício mental (leitura e jogos de estratégia) e físico. “É recomendado também não deixar o idoso sozinho. Parentes sempre devem convidá-los para uma conversa e passeios”, argumenta Francisco Vale. A medicina ainda não sabe exatamente se esses estímulos mentais têm relação com as células nervosas do cérebro que controlam o raciocínio, mas não é descartada a hipótese de que essas atividades evitam a atrofia do cérebro.
    
O dia mundial da doença foi instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS) porque a DA está, junto com problemas cerebrais vasculares e doenças infecciosas, entre as doenças que levam à demência grave.
    
Da Assessoria de Imprensa do Cremepe.
Com Informações de CINTHYA LEITE.
Da editoria de Cidades do Jornal do Commercio