Pesquisar
Agendar Atendimento Presencial

Serviços

ver todos

Estado promete UTI na casa de Jhéck

O governo do Estado de São Paulo anunciou que vai comprar equipamentos para montar uma UTI na casa de Jhéck Breener de Oliveira, 4, que está internado há quatro meses em Franca (SP).
    
A doença de Jhéck já causou a perda dos movimentos dos braços, das pernas e do pescoço e também da fala e da visão. Ele respira com o auxílio de aparelhos e se alimenta por uma sonda.
    
Até terça-feira, o pai do garoto –vítima de uma doença degenerativa do sistema nervoso central cujo quadro clínico é irreversível–, o recepcionista Jeson de Oliveira, 35, pretendia ir à Justiça pedir a eutanásia do filho.
    
O caso ganhou repercussão nacional e, após a polêmica e pressões de familiares, o pai acabou desistindo da eutanásia.
    
O diretor clínico e chefe do Centro de Terapia Intensiva Infantil do hospital Unimed de Franca, Luís Fernando Peixe, foi procurado pela coordenadora de Regiões de Saúde do Estado, Maria Iracema Guillaumon Leonardi, que ofereceu o que for necessário para a criança ser tratada em casa.
    
“Ele precisa de respirador artificial, monitor de oxigênio, monitor cardíaco, cama hospitalar, colchão d”água e alguns materiais necessários para continuar vivendo”, afirmou Peixe.
    
Somente o respirador artificial custa de R$ 40 mil a R$ 60 mil –os outros equipamentos ainda não foram orçados, porque podem ser comprados no país ou mesmo importados.
    
“Minha irmã [Rosemara dos Santos Souza] chorou muito ao saber que poderá levar o filho para casa. Ficou pulando comigo no centro da cidade. Há males que vêm para o bem”, disse Roseli Souza, tia de Jhéck.
    
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, os custos dos equipamentos médicos serão bancados pelo governo, que decidiu comprá-los depois de saber do caso.
    
Peixe afirmou que passará a relação ao Estado na segunda-feira. “Ele poderá ir para casa. Será melhor para ele”, afirmou o médico.
    
Sem privilégio
     
Na região de Ribeirão Preto (SP) há pelo menos um caso de criança cuja família precisou apelar à Justiça para obter os equipamentos necessários para tratá-la em casa.
    
Gislany Stefanni de Oliveira, 6, de Viradouro, sofre há quatro anos de uma doença degenerativa incurável pertencente ao mesmo grupo da enfermidade que acometeu o garoto Jhéck.
    
Segundo Sueli de Oliveira, 29, sua filha viveu nove meses no Hospital das Clínicas de Ribeirão e passaria o resto da vida no hospital se não fosse a Justiça.
    
Em maio de 2004, ela conseguiu uma liminar que obrigou o Estado e o município a comprar e manter os aparelhos necessárias para montar a UTI caseira. Em agosto, Gislany foi para casa.
    
A assessoria da Secretaria da Saúde negou que haja privilégio a Jhéck por conta da divulgação que o caso alcançou na mídia.
    
Disse que cerca de 200 pacientes são atendidos pelo Estado em casa e que o critério para receber esse serviço é médico, sem a necessidade de intervenção judicial.
    
O Estado informou que só tomou conhecimento do caso da menina de Viradouro após ser notificado pela Justiça.
    
Da Assessoria de Imprensa do Cremepe.
Com Informações de MARCELO TOLEDO
Da Folha de S.Paulo, em Ribeirão Preto – SP.