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Hospital Português vai ceder UTIs ao Estado

Com o acordo, a unidade será a segunda da rede particular a receber pacientes encaminhados pelo sistema público, que está cumprindo decisão judicial.
    
O Real Hospital Português (RHP) disponibilizou 10 leitos de terapia intensiva aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), encaminhados pela Central de Regulação de Leitos, quando não houver vagas de alta complexidade na rede pública estadual.
    
A iniciativa foi tomada, nesta segunda-feira (26.09), pelos diretores do RHP, em reunião no Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), da qual participaram o secretário estadual de Saúde, Gentil Porto, representantes do Sindicato dos Hospitais Particulares (Sindihosp), Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e Associação de Defesa dos Usuários de Seguros, Planos e Sistemas de Saúde (Aduseps).
    
Com a medida, o RHP será o segundo hospital particular a firmar o acordo com o Estado. Desde 2003, a SES tem de cumprir a decisão judicial do juiz Luiz Fernando Lapenda, que obriga o Estado a fazer o encaminhamento, para unidades particulares, de pacientes que não conseguem vaga numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da rede pública.
    
Na última sexta-feira, o Hospital São Marcos recebeu três pacientes adultos, em estado grave, encaminhados pelos hospitais Agamenon Magalhães e Getúlio Vargas. Um deles faleceu ontem de manhã. O diretor-técnico do Hospital São Marcos, Jurandir Brayner, admite que a medida foi apenas cautelar.
     
“A Central de Regulação de Leitos solicitou cinco unidades de UTIs, mas tínhamos disponíveis apenas três. Não podíamos contestar uma decisão judicial”, afirmou Jurandir Brayner. Segundo o gerente de modernização e monitoramento da assistência à saúde da secretaria estadual de Saúde (SES), Tadeu Grando, a medida acordada ontem terá caráter emergencial e duração máxima de 90 dias. “Nossa meta é que, com a inauguração de 33 novos leitos de alta complexidade nos hospitais públicos até o mês de dezembro, a atual demanda seja amenizada”, explica Granjo. Ele afirma ainda que a diária de UTI, fixada em acordo, será de R$ 1.200, por leito.
    
“O secretário Gentil Porto assegura o repasse ao Hospital. Além disso, o valor não compromete os cofres do Estado”, disse. Para que a medida comece a vigorar, entretanto, é necessário a elaboração de um termo de ajustamento de conduta pelo MPPE. “Nossa previsão é que esta posição do MPPE seja concluída o mais breve possível”, apontou Tadeu Granjo.
    
A diretoria médica do RHP informou, por meio de assessoria de imprensa, que se pronunciará sobre o assunto apenas quando for oficializado o acordo com a SES.
    
Meta é reduzir número de óbitos por falta de leitos
    
O acordo entre a SES e o Real Hospital Português é uma tentativa de reduzir o número de óbitos de pacientes carentes em conseqüência da espera por uma vaga em UTI na rede pública estadual. Na semana passada, dois pacientes em estado grave morreram aguardando por um leito de alta complexidade.
    
O autônomo Antônio Severino Cardoso, 49 anos, vítima de atropelamento, faleceu na quarta-feira, após três dias de internamento no Hospital da Restauração(HR). A outra vítima, o estudante Romildo Pereira de Moraes Júnior, 20, deu entrada no Hospital Barão de Lucena (HBL) na terça-feira, com leptospirose e faleceu menos de 24 horas depois.
     
Há 13 dias, o secretário estadual de Saúde, Gentil Porto, anunciou a criação de 33 novos leitos. De acordo com a SES, serão abertas 19 unidades em outubro, seis destas no Hospital Regional do Agreste e outras 13 Barão de Lucena.
    
Em dezembro, 14 leitos entrarão em operação, quatro deles na Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope) e dez no Hospital Universitário Oswaldo Cruz.
    
Dez novos leitos de UTI também serão construídos no Hospital das Clínicas (HC) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O prazo para início das obras, no entanto, ainda não foi definido.
    
Da Assessoria de Imprensa do Cremepe.
Com Informações de MANUELA FERREIRA, do Jornal do Commercio.