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Morre psicanalista Antônio Carlos Escobar

Por volta das 19h20, o psicanalista Antônio Carlos Escobar, 60 anos, parou o veículo, um Renault Clio de placa KGB-7712, em um semáforo na avenida Domingos Ferreira, uma das mais movimentadas do Recife. Quando percebeu que o carro à sua frente, com duas senhoras dentro, estava sendo assaltado por dois homens, tentou colocar o veículo por cima deles, no intuito de amedrontá-los. A tática não deu certo. Um dos ladrões efetuou um disparo que atingiu o psicanalista entre o pescoço e tórax, se alojando na cabeça. Escobar ainda foi levado para o Hospital Boa Viagem, mas não resistiu à gravidade do ferimento e morreu a caminho da unidade de saúde.

Na hora do ocorrido, Escobar estava acompanhado da esposa, identificada como Tereza Escobar, 43. Ela não ficou ferida, mas teve um princípio de infarte. O tiro foi disparado pelo vidro do passageiro, passando por Tereza e atingindo o psicanalista. Um taxista que estava no local socorreu Escobar, levando-o até o hospital.

De acordo com Joaquim Pinto, concunhado da vítima e um dos poucos com condições emocionais de falar momentos após o crime, Escobar possuía um consultório nas imediações do Colégio Brasil, em Boa Viagem, justamente onde aconteceu o crime. “Pelo que me foi dito, ele presenciou um assalto no carro da frente e quis ajudar, tentando assustar a dupla de ladrões. Quando estava saindo com o carro, Tereza puxou o freio de mão, momento em que os ladrões se aproximaram e atiraram”, contou. “O Recife está um caso sério. Dá vontade de ir embora daqui”, afirmou ele, que é português.

A todo momento, vários parentes e amigos foram chegando ao hospital na esperança de receber boas notícias. Ainda segundo Joaquim Pinto, Escobar era uma pessoa pacata e um psicanalista de respeito, bastante conhecido pela competência em sua profissão. Ele disse ainda que a esposa da vítima não conseguiu afirmar se os assaltantes aparentavam ser menores de idade, nem para que direção fugiram. O caso será investigado pela Delegacia de Boa Viagem.

Da Folha de Pernambuco.

Antônio Carlos Escobar percebeu que ladrões assaltariam motorista que estava no carro da frente. Buzinou para chamar a atenção e levou um tiro

O psicanalista Antônio Carlos Escobar, 60 anos, um dos maiores nomes da área em Pernambuco, foi assassinado por volta das 18h de sábado, num sinal da Avenida Domingos Ferreira, no Pina, quando acionava a buzina do carro chamando a atenção para um assalto a um casal num automóvel que estava na sua frente. Escobar tinha saído do consultório, na Rua Ondina, com a mulher, a psicóloga Tereza Cavalcanti, e se dirigia ao Shopping Center Recife, onde compraria presentes de Natal para os filhos. Foi baleado nas proximidades do Clinical Center e chegou morto ao hospital.

João Braga, secretário de Defesa Social, informou que o caso está sendo apurado pelo delegado Ariosto Esteves, de Repressão a Roubos e Furtos. “O Pina é uma área onde temos dificuldades, mas não podemos achar que não vamos resolver. Temos atuado por lá e precisamos melhorar”, reconheceu. A polícia civil investiga a hipótese de que dois adolescentes da comunidade Encanta Moça ou do Bode tenham participado do crime. Há informação também de que o carro de Escobar teria encostado no automóvel da frente.

Luiz Escobar, irmão de Antônio Carlos que falou em nome da família, contou que o psicanalista estava trabalhando no Pina, num prédio, para se proteger da violência. No ano passado, tinha sido assaltado no consultório, que funcionava numa casa, no bairro do Espinheiro. “Esperamos que sejam tomadas algumas providências. A sociedade não pode se acomodar. Não adianta vestir branco e esperar que as coisas aconteçam”, comentou. Este não é o primeiro caso de violência que atinge a família. Há um mês, um dos filhos do psicanalista teria sido atingido por um tiro, quando dirigia o carro, em Paulista.

O tiro que matou Antônio Carlos Escobar atingiu a aorta. O médico teria visto um homem abordando o carro da frente e, ao buzinar, foi atingido pelo tiro. “Suponho que havia dois assaltantes. O que atirou deveria ser o que estava dando cobertura ao que ele viu assaltando”, observou Luiz. O tiro foi disparado na direção da janela do banco do passageiro, onde estava a mulher de Escobar, mas ela não foi ferida.

O passageiro de um ônibus ajudou a levar Escobar ao Hospital Boa Viagem, mas ele chegou morto ao local. O corpo foi velado durante a manhã de ontem no Hospital Português, onde a mulher do psicanalista foi internada na Unidade de Terapia Intensiva, com problema cardíaco de origem emocional. O velório e o enterro, no Parque das Flores, atraíram pacientes, amigos, colegas de trabalho e outras personalidades.

Do Jornal do Commercio.

A violência em sua forma mais gratuita tomou conta da Zona Sul do Recife no final de semana. Poucas horas apenas separaram as tragédias vividas pela família do médico psicanalista Antônio Carlos Escobar, 60 anos, e pelos parentes da estudante de odontologia Priscila Vieira Sanches, 22. Priscila luta para sobreviver em uma cama da UTI do Hospital Português após ser baleada, sábado às 21h, em um assalto em Boa Viagem. Já Escobar perdeu a vida por causa de apenas um disparo de revólver ao tentar impedir um assalto por volta das 18h, no mesmo bairro.

Se de um lado registra-se o drama das vítimas da insegurança que domina a cidade. Do outro, alguém que se tornou famoso por protagonizar essa mesma violência caiu sem vida, também em Boa Viagem, depois de ser atingido por 14 tiros. O assassinato pôs fim à série de “escaladas” do adolescente Tiago João da Silva, que ficou conhecido como menino-aranha. A onda de crimes na Zona Sul também vitimou o jovem Tadeu Fernando Silva dos Santos, 28, que teria sido esfaqueado no braço direito durante tentativa de assalto na Avenida Domingos Ferreira, em Boa Viagem.

Escobar, um dos psicanalistas mais experientes do país, foi assassinado enquanto tentava salvar um casal de um assalto no semáforo da Avenida Domingos Ferreira com a Rua Pereira da Costa. No carro da vítima, um Clio, apenas a mulher dele, a psicóloga Teresa Guimarães, presenciou a cena do disparo. Segunda ela, Escobar buzinou e bateu no carro da frente na tentativa de afastar os assaltantes, mas terminou penalizado com um tiro que bateu no braço direito, na altura do ombro, alcançando a veia aorta. “Não sei o que dizer. Não compreendo isso ter acontecido logo com ele, que defendia as causas sociais e humanas”, disse Teresa.

No velório, que aconteceu no Hospital Português, os amigos comentavam sobre a insegurança na capital. “Há quatro meses escapei de um assalto semelhante na Avenida Abdias de Carvalho. Percebi quando três suspeitos se aproximaram do carro e despistei, mas uma senhora que vinha no carro de trás terminou morta no assalto”, criticou um engenheiro amigo da família que não quis ser identificado. “Precisamos de leis mais rígidas, de tolerância zero”, desabafou o irmão de Escobar, Luiz Augusto Escobar. No momento em que foi atingido, o psicanalista saia do trabalho para fazer compras de Natal no Shopping Recife.

O delegado Ariosto Esteves, da Delegacia de Repressão ao Roubo e Furto, foi designado para investigar o latrocínio. Ele disse que ontem mesmo começou a apuração e tem informações de que dois adolescentes teriam praticado a tentativa de assalto seguida de morte. “Temos indícios de que moram nas comunidades do Encanta Moça e Bode, no Pina”, adiantou. Esteves localizou o casal que estava no carro da frente da vítima. “Eles já prestaram alguns esclarecimentos”, acrescentou.

Do Diário de Pernambuco.