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Faculdade cria disciplinade Cuidados Paliativos

cuidados paliativos 2016Foi criada a primeira disciplina obrigatória de Cuidados Paliativos (CP) na Faculdade de Medicina de Lisboa (FMUL). António Barbosa, diretor do Centro de Bioética da FMUL, fez a apresentação na sessão solene do workshop sobre “Investigação e organização em CP”, que decorreu na Aula Magna da Faculdade. No mesmo evento foi lançada a 3.ª edição do livro “Manual de Cuidados Paliativos”, do Núcleo de CP da FMUL.

António Barbosa considera a criação da nova disciplina, obrigatória a partir do próximo ano letivo, como uma forma de mudar mentalidades na área dos CP. E cita o exemplo do Reino Unido, em que “o facto de o estudo dos CP se ter tornado obrigatório mudou radicalmente a forma de se olhar para a necessidade destes cuidados e otimizou-se a referenciação para unidades especializadas”.

O diretor do Centro de Bioética diz que é preciso mudar mentalidades para se evitarem “situações de pessoas, em fase terminal, que dão entrada nas Urgências para morrerem sem qualquer dignidade e tranquilidade.” Para o responsável, os CP “são um direito de qualquer ser humano”.

Paralelamente à disciplina obrigatória – até agora optativa –, vai manter-se outra com caráter facultativo, de 20h, para todos os estudantes de Medicina que queiram aprofundar os seus conhecimentos na área.

António Barbosa sublinhou ainda a competência de muitos profissionais portugueses, que já fizeram inclusive estágios fora do país em unidades de CP e o papel da FMUL na sua formação. “Fomos pioneiros na formação em CP, tendo, logo em 2002, sido criado o primeiro Mestrado na área, além de outras formações pré e pós-graduadas, como a Cátedra em CP”, recordou.

Na mesma sessão solene do workshop foi lançado o “Manual de Cuidados Paliativos”, que contou com 40 autores e cuja edição ficou a cargo dos médicos António Barbosa, Paulo Reis Pina, Filipa Tavares e Isabel Galriça Neto, que também é deputada.

António Barbosa salientou a importância desta edição: “Os CP estão em grande evolução e existem atualizações farmacológicas, além de se ter dado mais enfoque neste manual à espiritualidade, ao sofrimento em geral, ao luto e à comunicação.”

Na sessão solene participaram ainda o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, Mamede Alves de Carvalho, subdiretor da FMUL, Fernando Araújo, secretário de Estado adjunto e da Saúde, Margarida Lucas, diretora clínica do Centro Hospitalar Lisboa Norte, e Maria do Carmo Fonseca, presidente do Instituto de Medicina Molecular.