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Simpósio sobre suicídio

suicidioSegundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio constitui problema de saúde pública, vitimando cerca de 1 milhão de pessoas, anualmente, no mundo. As estimativas mostram que para cada suicídio, existe pelo menos dez tentativas suficientemente sérias para acompanhamento médico e terapêutico. O ato suicida é consequência de um processo complexo requerendo uma abordagem sistêmica, razão pela qual estudos de Durkheim consideraram o suicídio como um processo de construção coletiva, portanto, pode-se considerar que o tema requer uma visão e atuação interdisciplinar.

Revisão da literatura por Beston, aponta para intrínseca relação entre ideação, tentativa e concretização do ato suicida. Enquanto Forsell e alunos apontam a relação entre ideação e depressão com dependências diversas, institucionalização e uso de drogas psicotrópicas. No entanto, esta questão ainda é pouco investigada e relatada.

A literatura aponta relação entre transtornos mentais e suicídio entre pessoas idosas – com mais de 65 anos – nas diversas sociedades se revestindo de grande importância, atingindo 24,3/100.000 e as tentativas de suicídio, 61,4/100.000.

Pode-se considerar o suicídio como um evento complexo com múltiplas causas, embora alguns pesquisadores apontem transtornos afetivos, principalmente depressão. No entanto, o que se constata, é uma dificuldade das pessoas lidarem com alguém que fez uma tentativa de suicídio. Por outro lado, há uma também uma resistência em lidar com pessoas que falam em suicídio, pois entendem que não pretendem consumar, é apenas uma forma de chamar atenção. Na realidade, isto deve ser visto como um pedido de ajuda, segundo Mônica Kather, voluntária da ONG Centro de Valorização da Vida. Macedo, psicanalista especializado em suicídio e professor da PUC/RS, destaca a importância da ONG Centro de Valorização da Vida (CVV), criada em 1962, pelo seu trabalho na prevenção do suicídio.

Os fatores de risco do suicídio, citados por Prieto & Tavares, como ligados à saúde mental são: desordens do humor – depressão, transtorno psicótico como esquizofrenia, abuso de drogas e/ou álcool, história familiar de suicídio, perda de relacionamentos afetivos, acesso a medidas letais como arma de fogo, confinamento, prisões, etc. O fenômeno do suicídio exige um olhar específico para intervenção em crise, contextualizada por múltiplos fatores, devendo citar a importância de se contar com o suporte de uma rede de atenção.

Tendo em vista a complexidade e relevância deste tema, a Organização Mundial de Saúde definiu o mês de setembro como o mês amarelo de prevenção, sendo o dia 10 adotado como o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio.

Em Pernambuco, as entidades médicas, sempre atentas à problemática da população e dos médicos, tem demonstrado preocupação com o suicídio, especialmente considerando o fato de, em poucos meses, sete médicos cometerem suicídio, a maioria no interior do estado.

Diante deste lamentável fato, as entidades medicas: Associação Medica de Pernambuco – AMPE, Conselho Regional de Medicina de Pernambuco – CREMEPE, Sindicato Médico de Pernambuco – SIMEPE e Sociedade Pernambucana de Psiquiatria – SPP, decidiram realizar o primeiro simpósio sobre suicídio no dia 03 de setembro do corrente ano, das 08:30 às 17:00, no auditório da sede do CREMEPE (Conselho Regional de Medicina, nº 203. Espinheiro).

Os temas tratados no evento serão: “Suicídio entre médicos: Qual a realidade? ” Contando com a Prof.ª Alexandrina Meleiro (USP), Discussão de casos clínicos- Coordenação: Prof.ª Katia Petribu (UPE) e Dra. Jane Lemos (Ex. Prof.ª UPE) – Depressão na prática clínica – Prof. Antônio Pelegrino (UPE) – Intervenções Psicoterápicas ante pacientes com risco de Suicídio Luciana Groppo (UPE). Participação de representante da ONG CVV – Centro de Valorização da Vida.

Este evento tem como público alvo os médicos não psiquiatras. Desta forma contamos com a participação expressiva dos médicos e outros profissionais de saúde.