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PACIENTE DEVE CHECAR REGISTRO DE CIRURGIÃO

MEDICINA Antes de se submeter a qualquer procedimento, CFM recomenda verificar profissional

BRUNO VINÍCIUS

bsilva@jc.com.br

No último dia 15 de julho, a bancária Lilian Quezia Calixto morreu, depois de ter realizado um procedimento estético com Denis Cesar Barros Furtado, conhecido como Dr. Bumbum. A intervenção ocorreu na própria casa do médico, numa cobertura do Rio de Janeiro. Apesar de praticar o ofício de maneira irregular, sem o registro de atuação no Estado, o médico tinha milhares de seguidores nos perfis das redes sociais e atraía centenas de pacientes com a propaganda de seus procedimentos. Com a repercussão deste e de outros casos semelhantes nas últimas semanas, fica evidente a necessidade do debate da questão: como saber se o médico é especialista em cirurgia plástica?

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), para um médico se tornar cirurgião plástico, é preciso passar por um processo de onze anos de estudos: seis anos de medicina, dois de residência em cirurgia geral e três em cirurgia plástica. Depois disso, é preciso o reconhecimento da própria instituição para que o profissional atue na área.

“Qualquer cirurgia plástica tem que ser feita por um cirurgião reconhecido pela SBCP. Então, temos um sistema de reconhecimento desses profissionais e é recomendado que as pessoas procurem se informar com a sociedade”, frisa o presidente regional da SBCP em Pernambuco, Luiz Alberto Leite.

Caso uma pessoa queira realizar um procedimento estético dentro desta competência, o primeiro passo recomendado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) é conferir se o cirurgião está cadastrado naquela unidade regional. “Qualquer pessoa física pode acessar o portal médico http://portal.cfm.org.br/, e acessar a aba de informações sobre qualquer médico em exercício no território nacional”, ressalta o corregedor do CFM, José Fernando Vinagre.

Outro cuidado é verificar as especialidades do médico em questão. “Orientamos a consultar se a especialidade que o médico alega ter está mesmo no cadastro, através do número do Registro de Qualificação de Especialidade (RQE). Ele só pode anunciar a especialidade se o RQE constatar que realmente ele tem aquela função”, explica José Fernando.

Caso o médico não tenha as especialidades divulgadas, o próprio cidadão pode fazer uma denúncia ao órgão. “Temos canais disponíveis para pessoas físicas. A denúncia pode ser feita no nosso próprio site, no http://www.cremepe.org.br/ouvidoria/ ou a denúncia pode ser feita através do nosso e-mail ouvidoria@cremepe.org.br”, enfatiza o presidente do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), André Dubeux.

Além de consultar os dados sobre o especialista, o presidente reafirma a importância de se avaliar o ambiente do processo cirúrgico. “Toda cirurgia deve ser realizada em uma clínica ou hospital, que oferecem as condições necessárias, caso haja qualquer emergência durante o processo. É inadmissível que um processo desses seja feito em uma casa ou qualquer outro lugar que não seja uma unidade hospitalar”, afirma Dubeux, alertando para casos como o do Dr. Bumbum.