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Não! Não! Não!… ao suicídio

*Gustavo Figueirêdo é Especialista em saúde mental e psicólogo clínico

O mês de setembro é designado para a campanha de prevenção contra o combate ao suicídio – Setembro Amarelo. Mal que atinge milhares de pessoas no mundo todo. No Brasil, em média, trinta e duas pessoas cometem o suicídio por dia. Número alarmante, não é!? No entanto, gostaria de assinalar, duas questões que venham contribuir – aos familiares, amigos, pessoas próximas, dentre outras – para a ajuda à prevenção do suicídio: a acuidade e a aceitação ao próximo.

Acuidade, no seu sentido figurado, quer dizer: “grande capacidade de percepção; finura, sutileza”. Com isso, como estamos em questão de percepção, com as pessoas que venham a ter tendência ao suicídio? No mundo, onde muitas vezes, as percepções aos outros passam a ficar em segundo plano, em prol da vida enérgica de cada ser humano; como também, dando lugar ao mundo virtual. Neste, é onde, muitas vezes, passamos a perceber aos outros, através das redes sociais.

Contudo, é importante lembrar, somente podemos oferecer ao outro, aquilo que nós temos; isto é, caso você não tenha o hábito de se autoperceber, seja por questões de dispersões do seu interesse, seja por outra razão; como oferecer ao outro a acuidade que necessite? Vale uma reflexão, não é!?
A outra questão é: como aceitamos ao próximo? De antemão, gostaria já de deixar claro; aceitar ao próximo, não é a mesma coisa que concordar com as atitudes do outro. Não! É apenas respeitar os pontos de vista do outro.

Antônio Monteiro dos Santos, no seu livro – Quando Fala O Coração – diz: “As pessoas escutam umas às outras, mas não se ouvem, pois elas estão, constantemente, tentando mudar o que a outra pessoa está dizendo ou estão tentando construir uma resposta para contradizer ou responder o que está sendo dito”.

Com isso, será que estamos respeitando os pontos de vista, através dos seus sentimentos, das pessoas que tenham tendência ao suicídio? Como prevenção e ajuda para quem convive com pessoas em nível de sofrimento psíquico, seja por questões de crises existenciais, como um desemprego; seja por questões orgânicas, como depressão, se batermos de frente com as pessoas que tenham tendência ao suicídio, só iremos estimular para o mesmo.

Certamente o acolhimento ao outro, aceitando o jeito de ser, mesmo sabendo que muitas vezes não seja fácil essa prática, principalmente quando se trata de entes queridos, seja a melhor saída.
Por fim, caro leitor, eis a questão! Como anda o nível de acuidade e acolhimento ao próximo? Em crescimento ou em autocídio?

Fonte: Diario de Pernambuco