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Debate sobre materiais de implante encerra I Fórum de Ortopedia e Traumatologia do CFM

Material de implante: a quem cabe a escolha? Esse foi o tema do terceiro painel do I Fórum de Ortopedia e Traumatologia promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), no dia 04 de outubro em Brasília. Membro da Comissão de Controle de Material Ortopédico da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), Luiz Carlos Sobania apresentou a visão da entidade. “O paciente fica no foco do problema. O médico define qual o material é o ideal, o convênio diz que o outro é similar e o problema vai para o juiz, que, sem as informações necessárias, dá a liminar”, pontuou.

Abordando a necessidade de haver maior controle dos materiais de implante e a existência conflito de interesses, o palestrante afirmou que “são os médicos e os hospitais que cuidam do paciente. Mas, se as instituições médicas não agirem voluntariamente para resolverem seus conflitos de Interesse, políticas e procedimentos, a pressão por regulação externa tende a aumentar”. Luiz Sobania concluiu afirmando que, “temos credibilidade e experiência, porque ninguém entende mais sobre o que é melhor para o paciente do que o médico. Mas, acima de tudo, necessitamos de transparência”.

O presidente da Unimed Rio de Janeiro, Antônio Romeu Scofano Júnior, afirmou que a escolha do material de implante cabe “ao médico assistente, de acordo com os critérios e protocolos estabelecidos pelos órgãos competentes”. Apontando o alto custo dos materiais, as novas tecnologias sem amparo literário, fornecedores pressionados por metas de venda e o aumento da judicialização da saúde como problemas enfrentados pelo setor, Scofano defendeu a implantação de varas especializadas no Judiciário para amparar tecnicamente as decisões das liminares.

A visão do Ministério da Saúde foi trazida pelo analista Eduardo David de Sousa, do Departamento de Atenção Especializada e Temática da Secretaria de Atenção à Saúde – que destacou que, apesar do crescente número de produtos disponíveis, a inovação incremental é questionável em determinados casos e o ciclo de vida é curto, o que faz com que alguns materiais se tornem obsoletos antes que se conheça a fundo sua eficácia e segurança. A demanda por incorporação de novas tecnologias e a pressão do lobby junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) também foram abordadas pelo representante do ministério.

Ao final do debate, o coordenador da Câmara Técnica de Ortopedia e Traumatologia do CFM, Anastácio Kotzias, destacou que “a experiência deste I Fórum foi valiosa para discutirmos sobre fatores que comprometem tanto trabalho médico quanto a saúde dos nossos pacientes, trabalharemos para que o debate continue”.

Para ver as fotos do eventos, acesse o Flickr do CFM: https://goo.gl/A3a86t .

Os vídeos dos painéis do I Fórum de Ortopedia e Traumatologia do CFM também podem ser acessados no canal da autarquia no YouTube: https://goo.gl/BqKaVm .