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Fernando Figueira é o homenageado da Academia de Medicina

Em 2019, o professor Fernando Figueira faria 100 anos de nascimento, para homenageá-lo a Academia Pernambucana de Medicina promoveu na manhã desta quarta-feira (29/05) conferências com colegas e “discípulos” sobre a vida e trajetória na medicina, no memorial da medicina, no bairro do Derby. O presidente do Cremepe, Mario Fernando Lins, prestigiou a homenagem juntamente com os conselheiros André Dubeux, Fernando Oliveira, Eduardo Jorge e Antônio Lopes.

A homenagem foi dividida em conferências. O presidente da Academia, Hildo Azevedo, abriu a solenidade contando um pouco da história do professor e ressaltando sua importância para a medicina no Estado, em especial na pediatria. Na sequência o secretário de saúde do Recife e pediatra, Jaílson Correia, falou sobre “Fernando Figueira o educador”.

Já o pediatra Otelo Schwambach abordou o tema “Fernando Figueira e sua História no IMIP”. Sem slides para mostrar, disse que estaria ali para contar sua própria história. E foi o que fez, falou das vivências com o professor.

Para finalizar os conferencistas, Gilliatt Falbo, diretor acadêmico da Faculdade de Medicina de Pernambuco (FPS) apresentou sobre “Fernando Figueira o homem público”. Ele também mostrou a trajetória na criação do Instituto Materno Infantil Professor Fernando Figueira (IMIP) referência no atendimento materno infantil em Pernambuco, principalmente pelas questões humanistas. “O exercício da medicina não deve se subordinar à crueza das leis econômicas. Deve ser regido pelas necessidades sociais de um povo em determinado momento histórico”, dizia o professor.

Confira as fotos da homenagem.

Após as explanações, a palavra foi aberta para que a plateia também pudesse contribuir com lembranças e histórias do professor. Entre os relatos, o médico Ruben Maggi, natural do Chile que construiu sua vida no IMIP e destacou que uma das grandes virtudes do professor era de contar histórias e cuidar dos mais pobres.

Para finalizar, representando a família, o médico e filho de Fernando Figueira, Antônio Figueira relembrou a dura trajetória do seu pai. Falou dos primeiros desafios ainda quando criança, da trajetória na medicina. “Ele é um homem que arrastou rochedos”, disse. Também lembrou que o prédio da Academia de Medicina seria do quartel do Derby, mas o seu pai, junto com Salomão Kelner e outros médicos foram até o governador, à época Carlos Wilson, e disseram que perder aquele prédio seria “um atentado a memória médica da medicina de Pernambuco e assim salvou o memorial da medicina”, contou Figueira.

Biografia

Nascido em 4 de fevereiro de 1919, em Figueira da Foz, Portugal, Fernando Jorge Simão dos Santos Figueira, mudou-se poucos meses depois de nascido para Pernambuco com os pais, Joaquim Figueira e Maria Alice Pedrosa dos Santos Figueira.

Diplomado em 1940 pela Faculdade de Medicina do Recife, Fernando Figueira iniciou sua vida profissional como clínico geral em Quebrangulo, interior de Alagoas. Em 1948, foi médico do Hospital das Clínicas e Assistente da Cadeira de Clínica Pediátrica na Universidade de São Paulo (USP). Após nove anos, voltou ao Recife obtendo com distinção a livre docência.

Nos anos seguintes, adquiriu experiência profissional como professor visitante nos Estados Unidos, México e Paris. Por meio de concurso, assumiu a cátedra da disciplina de Pediatria da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em 1960 e, em seguida, o cargo de professor titular da Faculdade de Ciências Médicas. Na área científica, Fernando Figueira publicou seis livros e mais de 100 trabalhos. Foi ainda secretário de Saúde no governo de Eraldo Gueiros (1971-1975).

Além da criação do Imip, o professor também criou outras instituições como a Academia Pernambucana de Medicina; Centro de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope); Em Alagoas, fundou o Clube de Xadrez para a comunidade de Quebrangulo e o Clube Cultural Recreativo Monte Castelo. Seu nome também batiza diversas instituições ligadas à saúde por todo o país, como o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, no Rio de Janeiro, que é ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Fernando Figueira morreu em 1º de abril de 2003, aos 84 anos.