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Pacientes do estudo com células-tronco têm alta

Três dos quatro pacientes que foram incluídos, na semana passada, em Pernambuco, no estudo nacional sobre a eficácia do uso de células-tronco em insuficiência cardíaca, já tiveram alta hospitalar. Permanece internada apenas a paciente Vilma Santos da Cruz. Ela está num apartamento do Real Hospital Português, no Recife, e passa bem.

Sua permanência é devido a uma cirurgia para colocação de duas pontes de safena, que fez associada ao tratamento indicado pelo estudo. Foram retiradas células de todos os quatro pacientes, mas os médicos não sabem qual deles recebeu o implante de células-tronco. A pesquisa, financiada pelo governo federal, prevê que metade dos participantes receba placebo (substância inócua). Segundo os coordenadores nacionais do estudo, todos continuarão o tratamento convencional, com remédios e dieta alimentar.
    
Além de Vilma, outros dois pacientes foram tratados no Real Hospital Português. Bárbara Silva, de 31 anos, que tem cardiomiopatia dilatada, teve alta no sábado, dois dias após ser submetida ao procedimento. Fábio José Pereira Melo, 33, que tem o mesmo problema e sofre também de insuficiência cardíaca congestiva, foi liberado do RHP na última segunda-feira.
    
CHAGAS – Ontem, teve alta o alagoano José Cláudio Gomes dos Santos, 32, que participa do estudo realizado pelo Hospital Universitário Oswaldo Cruz. Ele é portador de doença de Chagas e fez o implante na tarde da última quinta-feira, nas dependências do Hospital da Unimed, porque o Huoc tinha um equipamento quebrado.
    
Os pacientes que receberam alta hospitalar devem voltar aos serviços para avaliações periódicas. A meta é avaliar, em todo o Brasil, 1.200 pessoas. Trinta e três centros de pesquisa do país participam da pesquisa. Os primeiros resultados deverão ser obtidos em um ano e meio. Mas a conclusão deve demorar três anos. Essa é a terceira fase do estudo clínico.
     
Coração receberá células-tronco (21.07.05)
    
Um paciente acompanhado pelo Ambulatório de Chagas do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (HUOC) será o primeiro de Pernambuco submetido a implantação de células-tronco para o tratamento de insuficiência cardíaca. O procedimento, marcado para amanhã, faz parte de uma pesquisa batizada de Estudo Multicêntrico Randomizado de Terapia Celular em Cardiopatias, coordenado pelo Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras, do Rio de Janeiro. Ao todo, 15 centros de saúde em todo o Brasil participam do experimento, que deve envolver cerca de três mil pacientes.
    
Selecionado entre os mais de mil pacientes atendidos no ambulatório especializado do HUOC, o ex-vendedor José Cláudio Gomes dos Santos, 32 anos, vai ser o primeiro de 15 portadores de cardiopatia chagásica a passar pelo tratamento no HUOC. O hospital é o único do Estado credenciado para participar do estudo.
    
Por conta da doença – que já evoluiu para uma insuficiência cardíaca grave – José Cláudio foi obrigado a parar de trabalhar. Diante da seriedade doquadro, a única solução disponível para salvar a sua vida seria um transplante de coração. Com a implantação das células-tronco, no entanto, os médicos esperam reparar parcialmente o músculo cardíaco afetado pelo Mal de Chagas – doença transmitida pela picada do inseto barbeiro -, melhorando a sua capacidade de contração.
    
Interesse – Para o coordenador da equipe responsável pelo procedimento, o cardiologista Wilson Oliveira Jr, mais do que o procedimento em si, o interesse em pesquisar a doença traz uma nova esperança para os chagásicos. “O Mal de Chagas é uma doença negligenciada que só atinge classes pobres em países em desenvolvimento. Não existe interesse dos laboratórios em investir em novas pesquisas, tanto que a última droga elaborada para tratar a doença foi criada há 30 anos”.
    
Segundo o médico, os resultados preliminares obtidos em 40 pacientes já submetidos ao implante de células-tronco autólogas (retiradas do próprio doente) indicam uma melhora na função cardíaca em todos eles. Conclusões definitivas, no entanto, só devem ser apresentadas dentro de mais dois anos. “Precisamos de muito mais dados para ter certeza dos efeitos do tratamento”, ressalva.
    
A julgar pela obstinação de José Cláudio, entretanto, as incertezas dos médicos se transformam em esperança. “Estou confiante e sei que vou ser o primeiro de muitos que vão se beneficiar do tratamento”, diz com tranqüilidade. Para realizar o procedimento, serão retirados cerca de 100 ml da medula óssea do paciente. Em seguida, as células-tronco serão separadas e reimplantadas diretamente no músculo cardíaco com o auxílio de um catéter. Com isso, espera-se que as células – que têm a capacidade potencial de se transformar em qualquer tecido do corpo humano – se diferenciem, reparando o músculo lesionado.
     
Três doentes cardíacos recebem célula-tronco
     
Hospitais Real Português e Oswaldo Cruz realizaram ontem, pela primeira vez em Pernambuco, o procedimento em cardiopatas. Um dos pacientes é portador de doença de Chagas
    
Os primeiros implantes de células-tronco em pacientes portadores de cardiopatias em Pernambuco foram realizados ontem, em dois hospitais do Recife. Com isso, o Estado passou a integrar a fase clínica do estudo patrocinado pelo Ministério da Saúde para verificar a eficácia do uso desse tipo de célula em doentes cardíacos graves. Ontem, três pacientes foram submetidos ao implante. O procedimento baseia-se na potencialidade do material implantado, que se transforma em células cardíacas.
    
No fim da manhã, uma mulher de 48 anos, portadora de doença arterial coronariana crônica, foi operada no Real Hospital Português. A equipe médica aproveitou a intervenção e realizou duas pontes de safena na paciente.
    
No segundo caso, realizado na mesma unidade hospitalar, também de manhã, os médicos injetaram a solução diretamente nas artérias coronárias de uma paciente de 31 anos, portadora de cardiomiopatia dilatada. De acordo com a equipe médica, as duas pacientes reagiram bem ao procedimento e se recuperam na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.
    
À tarde, médicos do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) realizaram o implante de células-tronco num paciente portador de doença de Chagas. O alagoano José Cláudio Gomes dos Santos, 32, passou quatro horas na sala de cirurgia. O implante foi realizado nas dependências do Hospital Unimed, já que o equipamento do Huoc que realiza o implante está quebrado. A equipe que realizou o implante contou com vinte profissionais.
    
De acordo com o médico Ricardo Pontes, a doença de Chagas não tem cura, mas o implante tem como objetivo melhorar a condição funcional do paciente. Pontes informou que ao todo, 1,2 mil pacientes participarão da pesquisa no Brasil para todas as cardiopatias. “Nós vamos trabalhar apenas com doença de Chagas e a idéia é que a gente contribua ao longo do projeto com cerca de 15 pacientes”, afirmou.
    
Os familiares de José Cláudio acompanharam com expectativa o procedimento. “Ele está sem trabalhar há mais de um ano por causa da doença. Estamos com muita esperança que o implante traga ele de volta a uma vida normal”, disse a esposa do paciente, a dona de casa Severina dos Santos, 23.
     
Da Assessoria de Imprensa do Cremepe.
Com informações do Diário de Pernambuco e Jornal do Commercio.