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MISSA NO IMIP CELEBRA CENTENÁRIO DO PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRA

Com a capela lotada, o bispo auxiliar a Arquidiocese de Olinda e Recife, Dom Limacêdo Antônio da Silva, celebrou na manhã desta segunda-feira (04.02) a missa em memória ao centenário do Professor Fernando Figueira, que pautou a sua vida em prol da medicina social. Além da família Figueira, comandada pela matriarca D. Nancy Figueira, diversas autoridades prestigiaram o evento religioso, entre elas o presidente do Cremepe, Mario Fernando Lins, o prefeito e a primeira dama de Recife, Geraldo Júlio e Cristina Melo, e os secretários estaduais e municipais, respectivamente, André Longo e Jailson Correia. Também presentes estavam amigos e funcionários do hospital.

Dentro das celebrações do centenário do Professor Fernando Figueira, no dia 06 de fevereiro, às 10 horas, haverá o lançamento do Selo Especial Fernando Figueira, em parceria com os Correios, em solenidade na Sala de Defesa de Tese do Instituto.

Diplomado pela Faculdade de Medicina do Recife, em 1940, Fernando Jorge Simão dos Santos Figueira, teve sua vida pautada na medicina social. Não só no campo da medicina, como também na política social. Durante sua carreira, o professor Fernando Figueira realizou célebres obras em prol da saúde, especialmente em benefício das pessoas carentes, deixando como herança um dos maiores legados da medicina brasileira e uma lição de vida dedicada aos princípios da solidariedade, fraternidade e respeito aos mais carentes, assim como uma imensa dedicação ao ensino e à produção científica.

Fernando Figueira iniciou sua vida profissional como clínico geral em Quebrângulo, interior de Alagoas, onde permaneceu até o ano de 1948, quando se mudou para São Paulo, tornando-se médico no Hospital das Clínicas e professor assistente de Pediatria da Universidade de São Paulo. Nos anos seguintes, foi Professor Visitante nos Estados Unidos, México e Paris. De volta ao Brasil, em 1960, assumiu a Cátedra da disciplina de Pediatria da UFPE, e em seguida, o cargo de Professor Titular da Faculdade de Ciências Médicas.

Ao longo de sua carreira como médico e professor, Fernando Figueira sempre vislumbrou o sonho de construir um hospital-escola, de caráter filantrópico, destinado a atender a população carente, e em 1960, esse sonho foi concretizado através da sua grande obra: o IMIP. À frente da Secretaria de Saúde, no Governo Eraldo Gueiros, Fernando Figueira realizou obras importantes, tendo sido o pioneiro a elaborar um Plano de Saúde para Pernambuco.

Dentre seus feitos, destacam-se ainda: a criação da 1ª Regional de Saúde, criação do 1º Código Sanitário de Pernambuco, criação da Fundação de Saúde Amaury de Medeiros (CISAM), reestruturação do Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (LAFEPE) e criação do Centro de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (HEMOPE). Foi ainda Presidente da Sociedade de Medicina de Pernambuco e, em 1970, fundou com outros colegas a Academia Pernambucana de Medicina.

Nos anos de 1977 e 1981, o professor Fernando Figueira presidiu a Associação Brasileira de Reprodução e Nutrição em Saúde Materna Infantil. Entre 1978 e 1982, dirigiu a Faculdade de Ciências Médicas de Pernambuco. Foi também Presidente da Associação Brasileira de Educação Médica. Em 1996, designado pelo Ministério da Saúde, o Prof. Fernando Figueira presidiu a Autoridade Nacional em Saúde da Criança e do Adolescente, tornando-se Presidente de Honra do Comitê Estadual de Redução da Mortalidade Infantil do Estado de Pernambuco.

Outro destaque foi a criação da Fundação Alice Figueira de Apoio ao IMIP (FAF), em 1987. Entidade jurídica, de Direito Privado e sem fins lucrativos, a Fundação Alice Figueira de Apoio ao IMIP (FAF) tem a missão de mobilizar a sociedade para a obtenção dos recursos necessários à continuidade das ações do IMIP, dirigidas às crianças e mulheres carentes do Nordeste Brasileiro.

No dia 01 de abril de 2003, o IMIP perdeu seu representante mais ilustre. O médico, professor e fundador do IMIP, Fernando Figueira, faleceu aos 84 anos, às 8h30, em sua residência. Foram muitas as homenagens feitas por funcionários da Instituição, dos amigos, autoridades políticas e de saúde, entidades médicas, associação de moradores, de pessoas simples da comunidade dos Coelhos e pacientes do hospital, que tanto admiravam o Professor Figueira.

O corpo do Professor Fernando Figueira deixou a capela do IMIP sob forte clima de comoção. Das sacadas dos prédios do complexo hospitalar, funcionários e pacientes aplaudiram o cortejo. Acenos e lágrimas marcaram a despedida do Professor naquele hospital. No caminho até o Cemitério de Santo Amaro foram muitos os carros que acompanharam o cortejo. Findava-se ali a vida de um homem de coragem, perseverança e de luta em prol dos mais necessitados. Porém suas obras e seus ideais serão perenes. “Enquanto houver, em minha terra, uma criança ameaçada de perder o que ela tem de mais sagrado – a sua própria vida – haveis de encontrar em mim, um homem torturado.”