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CRM pune médico publicamente

O Conselho Regional de Medicina (CRM) puniu publicamente o médico Rui de Souza Gonçalves, que atua em Cuiabá, na clínica Raina, no bairro Boa Esperança, por ele ter anunciado que faz um tratamento contra o vitiligo, com possibilidade de cura, sem qualquer respaldo científico. Vitiligo é uma disfunção da pigmentação da pele. O médico reafirma a técnica e diz que sobre isso não precisa fazer defesa. “Passo telefones de pacientes e verão que eu estou falando a verdade”. Segundo ele, está sofrendo pressão por estar apresentando algo revolucionário.

Nos últimos sete anos, como Gonçalves, 27 médicos foram censurados publicamente em diário oficial e um jornal de grande circulação local. A chamada desta vez saiu dia 7. Outros 59 sofreram advertência confidencial.

O único caso em 51 anos de existência do Conselho em que a assembléia definiu pela cassação do direito ao exercício da Medicina ocorreu ano passado, mas ainda está em trâmite no Conselho Federal de Medicina (CFM). O acusado recorreu. O nome do médico e o motivo da represália, conforme o presidente do CRM, Aguiar Farina, são sigilo.

Indagado sobre os críticos que consideram a entidade corporativista, Farina sugere que estes verifiquem os resultados das sindicâncias e dos processos, que são baseados em fatos concretos. Dos casos que chegam ao Conselho, de acordo com o presidente, 100% viram sindicância e 30% resultam em processos. No momento correm 80. Farina avalia que este número é pequeno diante dos 3,5 mil médicos em atuação no Estado. Sendo assim, os denunciados representam 2% da categoria.

O médico Rui Gonçalves argumenta que não foi ele quem chamou a imprensa, mas que a imprensa é que ficou surpreendida com os resultados do seu trabalho. E que deu entrevistas por não estar fazendo nada escondido. Segundo ele, o Código de Ética Médica não traz nada que possa desabonar sua conduta.

Ele diz ter trazido o polêmico tratamento para cá em 1997 e acha um absurdo o Conselho punir um trabalho que beneficia pacientes. Ainda segundo ele, a médica Maria Puzzi, de Campinas (SP), faz o mesmo e ganhou prêmio. “Vai ver se o CRM processa quem está fazendo aborto em Cuiabá”, alfineta o acusado. Perguntado se ele sabe quem faz, ele diz que ouve falar, por isso nunca denunciou a prática criminosa.

Da Assessoria de Comunicação do Cremepe.
Com Informações de KEKA WERNECK, do Diário de Cuiabá (MT).