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Os perigos da vaidade

Três jovens deram entrada no HR após injetarem óleo mineral e silicone líquido nos braços, para ficarem mais musculosos, e quase perderam os membros superiores

Em nome da vaidade, há quem ignore os riscos que determinados procedimentos podem provocar à saúde, expondo-se a métodos de eficácia duvidosa que vêm ocasionando sequelas como cicatrizes e amputações ou até mesmo a morte. Recentemente, três casos distintos chamaram a atenção da equipe de Cirurgia Vascular do Hospital da Restauração (HR) – dois adolescentes e uma mulher deram entrada na Emergência da unidade com fortes dores e inchaço em ambos os braços.

Questionados sobre o que teria provocado o problema, os pacientes informaram que teriam injetado em si mesmos substâncias para ressaltar o tamanho dos músculos. O resultado: após a operação, todos passam bem, mas ainda terão de se submeter a cirurgias plásticas para reconstrução de tecidos.

De acordo com o chefe do serviço de Cirurgia Vascular do HR, Adércio Pereira, os dois jovens, de 14 e 17 anos, fizeram uso de silicone líquido, enquando a personal trainer, de 32, usou óleo mineral. Todos foram injetados com seringas, de forma subcutânea. “Eles contaram que amigos de academia teriam recomendado esses produtos para ficarem mais musculosos. Acontece que essas substâncias são inapropriadas para o organismo e se não tivessem sido socorridos a tempo, eles poderiam ter perdido os membros superiores”, afirma Pereira, salientando que o inchaço foi tão grande que interrompeu a circulação de sangue. “Precisamos fazer uma cirurgia para descomprimir os músculos. O que era visto como melhoria estética acabou se transformando em marcas físicas para o resto da vida”.

O médico se refere às cicatrizes (cerca de 15 cm em cada braço) e à cirurgia plástica para enxerto de tecido nessas áreas. “Os pacientes também chegaram ao HR com pouca mobilidade nos membros e com um quadro de infecção, porque nem o óleo mineral nem o silicone líquido são estéreis”, salienta Pereira. Segundo o chefe da Cirurgia Vascular do HR, os casos chamaram a atenção principalmente por acontecerem em um curto espaço de tempo – apenas 15 dias. “Tememos que isso seja uma nova moda, que haja outras pessoas nessa mesma situação. É preciso alertar as pessoas sobre os perigos que atitudes como essas podem causar”, salienta.

A personal trainer, que trabalha em uma academia de ginástica no Curado, em Jaboatão dos Guararapes, contou que amigos seus já haviam usado o óleo mineral e nada tinha acontecido a eles. “Eu queria apenas aumentar em um centímetro o meu antebraço. Nunca fiz uso de bomba, mas essa me pareceu segura. Por R$ 5, comprei a eles 100 ml do óleo e injetei 5 ml em cada braço”, lembra. “No mesmo dia senti dores muito fortes. Fui a uma policlínica, onde me medicaram. A dor passou um pouco, mas depois voltou ainda pior”.

No dia seguinte, 2 de junho, a paciente chegou ao HR, com os braços muito inchados, vermelhos e sem mobilidade. Os adolescentes deram entrada em 18 de maio, com os mesmos sintomas. Os adolescentes ficaram quase um mês internados, mas já tiveram alta. A personal trainer permanece no hospital.

Da Assessoria de Comunicação do Cremepe.
Fonte: HR.