Nos últimos dois meses, após a deflagração de uma campanha contra esse tipo de entorpecente, o Disque-Denúncia registrou 2.107 ligações, o que representa 70% a mais do que o notificado em 2009
Em apenas dois meses, outubro e novembro deste ano, o número de ligações contabilizadas pelo Disque-Denúncia sobre o tráfico de drogas superou em 70% a quantidade de notificações de todos os meses de 2009. Nesses 60 dias, o serviço recebeu 2.107 denúncias, enquanto, no ano passado o número foi de 1.250. Ao contabilizar a quantidade desde o início de 2010, o número chega a 2.700. A explosão nos índices coincide com o início da campanha contra o crack realizada pela Organização Não-Governamental (ONG). Ontem, o Disque-Denúncia divulgou balanço com o perfil das informações fornecidas pela população.
O levantamento aponta que 22% das denúncias dos últimos dois meses tratam apenas da venda de crack e os outros 78% do tráfico da droga aliada a outros tipos de entorpecentes. Em relação ao local de uso ou de venda, os dados revelam que a droga é mais facilmente encontrada nas ruas (45%), seguida pela venda dentro de residências ou dos locais conhecidos como bocas (35%) e em estabelecimentos comerciais (4%). O estudo evidencia, ainda, que em 74% das ligações os denunciantes afirmam que as drogas são vendidas em qualquer horário do dia. Em 21% delas, o tráfico é denunciado apenas à noite.
As cidades responsáveis pelos maiores índices de chamados em outubro e novembro são, respectivamente, o Recife, com 49%, Olinda, com 17%, e Jaboatão dos Guararapes, com 11%. Na capital, os bairros de Casa Amarela, Ibura e Água Fria ocupam os três primeiros lugares, totalizando 183 denúncias.
De acordo com a coordenadora da ONG, Carmela Galindo, os dados fornecidos pela população são de grande valia para o trabalho da polícia.”Esses dados provam que a a população pernambucana também está disposta a combater o tráfico de drogas. Acreditamos que a divulgação da campanha teve forte influência nesse aumento. O episódio do Rio de Janeiro (o desmonte do quartel-general do tráfico no Complexo do Alemão) também pode ter inspirado as denúncias”, declarou Galindo. As informações, fornecidas em anonimato, são encaminhadas ao Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil. Das 2.107 denúncias dos últimos dois meses, apenas 53 tratavam do consumo. “Isso deixa claro que o objetivo é encontrar os grandes responsáveis pela venda das drogas.”
Ano após ano, a incidência de ligações sobre comércio do entorpecentes cresce. Em 2005, ocorreram apenas 136 ligações, enquanto, no ano passado, foram 1.250, recorde até então. As denúncias podem ser feitas pelos telefones (81) 3421-9595, no Recife e Região Metropolitana, e (81) 3719-4545, no interior do Estado.
INCINERAÇÃO
Na manhã de ontem, o Denarc incinerou 300 quilos de maconha e 87 quilos de crack, dentro da fábrica da Gerdau, no Curado, Zona Oeste do Recife. Os entorpecentes foram apreendidos em 2009 e no início de 2010.
O procedimento só pode ser feito depois que o processo policial estiver concluído. As drogas foram levadas ao local em três viaturas da polícia. A ação foi presidida pela delegada Maria Helena Couto Fázio, da 1ª Delegacia do Denarc. Esta foi a primeira e única incineração do ano.
Da Assessoria de Comunicação do Cremepe.
Fonte: Jornal do Commercio.
