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Falta de drogas anestésicas compromete cirurgias no Hospital Universitário

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Quando a equipe de fiscalização do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) chegou ao Hospital Universitário (HU) de Petrolina, na última sexta-feira (17/07) foi surpreendido por um grupo de médicos no hall da unidade. Profissionais de traumatologia, anestesia, cirurgia geral parados sem realizar cirurgias porque não tinha drogas anestésicas no hospital. Diante da situação, a entidade abrirá uma sindicância para apurar os fatos na unidade, entrará com ação judicial para a resolução imediata da falta de medicamentos e não dispensa a possibilidade de interdição ética.

“Não tem atropina e nem neocaína hoje, as cirurgias estão sendo canceladas por falta de drogas anestésicas, chegou a faltar fio, a sala de recuperação continua sem monitorização e, agora, está sem respirador”, resumiu um dos plantonistas da unidade.

O antigo Hospital de Urgência e Traumas é referência de traumatologia da região. Atende cerca de 55 municípios do médio São Francisco e funciona como hospital escola vinculado à Universidade do Vale do São Francisco (Univasf). Atualmente, a unidade é gerida pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) que chegou a resolver a questão dos recursos humanos, através de concurso público, porém, ainda não adaptou os insumos básicos e equipamentos para o trabalho dos profissionais de saúde.

Há pacientes esperando cirurgias de urgência a 20 dias. “A cirurgia de fêmur do meu irmão já foi adiada três vezes e o hospital diz que é falta de medicamentos. Tem médico, mas não tem anestesia. Ele fica em jejum para operar e quando chega a hora da cirurgia, é cancelada”, informou Antônio Coelho, acompanhante do paciente Floro Alencar. Porém, a situação é ainda mais complicada para uma garotinha de apenas 6 anos que caiu da bicicleta e precisa operar o antebraço. A criança estava internada no corredor, sem privacidade, próximo a adultos e já teve a cirurgia adiada por duas vezes. “Logicamente que ela pode ficar com sequelas no braço”, confirmou o presidente do Conselho.

Além disso, pacientes estão sendo transferidos para outras unidades de saúde por falta de antibióticos.

A fiscalização realizada pelo presidente e médica fiscal do Cremepe, Sílvio Rodrigues e Polyanna Neves, respectivamente, também foi demanda pelo procurador do Ministério Público Federal (MPF), Leonardo Martinelli, e resultará em uma sindicância no Conselho, ação judicial na justiça federal para adequação imediata das medicações e acompanhamento periódica do Conselho com possibilidade de interdição ética, ou seja, caso seja aprovado em plenária, nenhum profissional médico poderá atuar no HU na situação que ele se encontra.