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Os desafios da Imunologia na pandemia de COVID-19

Hoje, dia 29 de abril, é celebrado o Dia Internacional da Imunologia, durante toda a semana, é também comemorada a Semana Mundial das Imunodeficiências Primárias/Erros Inatos da Imunidade (EII). Em comemoração à data, o tema deste ano sugerido pela International Union of Immunological Societies (IUIS) é “COVID-19”. Os especialistas nesta área da medicina, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), cuidam de pacientes alérgicos nas formas leve, moderada e grave, bem como de pessoas acometidas por imunodeficiências primárias.

Em meio à pandemia, os imunologistas buscam entender como o sistema imunológico reage ao SARSCov-2 e identificar fatores de risco e genéticos de susceptibilidade a esta doença, auxiliando as autoridades sanitárias na elaboração de estratégias terapêuticas e preventivas eficientes. Em entrevista ao Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), em comemoração à data, a professora adjunta do Centro de Ciências Médicas da UFPE, membro do Departamento Científico das Imunodeficiências Primárias da Asbai e coordenadora do ambulatório de Imunodeficiências primárias do Hospital das Clínicas – UFPE, Almerinda Maria do Rego, explicou a importância do papel da especialidade no combate ao novo coronavírus. “Entender de forma adequada a fisiopatologia das doenças é fundamental para implementação de tratamentos e profilaxia eficazes. As pesquisas na área da imunologia avançaram muito o entendimento com relação à infecção pelo SARs-Cov2, novo coranavírus, de forma acelerada. Como consequência temos atualmente no mercado várias vacinas elaboradas em tempo recorde que têm demonstrado excelentes resultados no controle da pandemia em países que já alcançaram taxa mais elevadas de imunização da população, como é o caso do Reino Unido e Israel.”, pontuou a médica.

Uma boa imunidade é uma importante defesa do corpo contra agentes infecciosos, como vírus, fungos, bactérias e parasitas. De acordo com a imunologista o fortalecimento do sistema imune é uma defesa essencial contra a COVID-19. “Um sistema imunológico íntegro e funcionante na sua totalidade é imprescindível no controle de qualquer doença infecciosa, como é o caso da infecção pelo coronavírus. Medidas que garantam este funcionamento adequado do sistema imune devem ser estimuladas, como alimentação adequada e prática de atividade física”, esclareceu a imunologista.

Almerinda Maria destacou, ainda, a vacinação como a principal arma para combater a COVID-19. “A pandemia só será vencida quando conseguirmos frear a circulação do vírus, o que tem sido demonstrado com resultados satisfatórios na população vacinada. Quebrar esta cadeia de transmissão é a chave para o controle da pandemia”, aformou a especialista. A imunologista reforçou que, no entanto, mesmo após a vacinação é importante manter o respeito às orientações sanitárias. “A vacinação diminui a cadeia de transmissão, mas não garante em 100% este controle. Portanto, medidas como distanciamento social, lavagem das mãos, uso de álcool gel e uso de máscaras permanecem sendo fortemente incentivadas e essenciais no combate ao coronavírus”, finalizou.

Imunoglobulina Humana x COVID-19

Imunoglobulina Humana é um hemoderivado que é extraído do plasma, através da doação de sangue e que é utilizado no controle de desordens inflamatórias e imunológicas, como no tratamento de reposição em imunodeficientes. Somente no Brasil, segundo estimativas do Ministério da Saúde, em 2020, a pandemia de COVID-19 pode ter causado uma diminuição de 15% a 20% no total de doações de sangue em comparação a 2019. De acordo com Almerinda Maria, a queda, que foi observada em todo o mundo, surtiu forte impacto na produção de Imunoglobulinas. “Infelizmente com a pandemia houve uma diminuição importante no número de doações sanguíneas o que reflete diretamente na baixa produção de imunoglobulinas. No nosso país o agravante é que dependemos exclusivamente de imunoglobulinas importadas para uso local”, lamenta a profissional.