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Mario Fernando Lins recebe homenagem da Câmara Municipal do Recife

A solenidade foi comandada pelo vereador Romerinho Jatobá (PSB), que também é presidente da Câmara Municipal do Recife. “Essa homenagem é pela sua brilhante atuação ao longo dos anos à frente do Cremepe”, disse. A mesa foi formada pelo vereador Tadeu Calheiros, pelo médico Mario Lins, 2º secretário e conselheiro do Cremepe; por uma representante da Secretaria de Saúde do Recife; pela diretora do Conselho Federal de Medicina em Pernambuco, Helena Carneiro Leão; a presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco,  Cláudia Beatriz; do presidente da Associação Médica de Pernambuco, Bento Bezerra; do presidente da Academia Pernambucana de Medicina, Hildo Azevedo; e o secretário da Federação Médica Brasileira, Wilson Machado. O vereador Eduardo Marques (PSB) acompanhou a reunião.

Em seu discurso de saudação, o vereador Tadeu Calheiros se disse muito emocionado pela oportunidade de estar homenageando um médico que serviu de referências para ele, que também é médico. O vereador começou o pronunciamento citando uma frase de doutor Mario Lins, o qual diz que, apesar de ser aposentado iria para “o front, mesmo sendo grupo de risco para infecção, pois nessa hora é que conhecemos o homem; e nós fomos treinados para essa missão”. O vereador afirmou que o homenageado é um exemplo e que se ele fosse ler todos os dados do curriculo, levaria a tarde inteira.

Mesmo assim, citou que o doutor Mario Lins é formado em Medicina, pela UFPE, na turma de 1975. Depois, fez especialização em cardiologia e em medicina do trabalho.  Foi médico do Hospital Barão de Lucena, chefe de cardiologia do Hospital Agamenon Magalhães, idealizador e responsável pela implantação da residência em cardiologia do Agamenon Magalhães; gerente de Saúde Ocupacional da Rede Ferroviária Federal; e ativo participante das luta no Sindicato dos Médicos, onde começou a atuar em 2000. No Sindicato, ocupou cargos importantes, inclusive como presidente. “Em 2007, liderou um dos maiores movimentos sindicais por melhorias profissionais da história médica do País, num movimento que foi histórico, conseguindo melhorias para a categoria”.

De acordo com o vereador, foi a partir desta atuação do médico Mario Lins, em 2007, que “eu passei a me interessar pelo Sindicato”. O homenageado foi, ainda  presidente do Conselho de Honorários Médicos de Pernambuco. “Ele já representou as três entidades médicas de Pernambuco. Além disso, eu me orgulho muito de ter estado fora do Estado e ouvir boas referências ao doutor Mario, que é chamado a todo momento para ensinar, intervir,  e pregar a união da categoria e buscando consenso. É um nome de consenso, inclusive no CFM”, disse. O vereador acrescentou que Mario Lins “representa a categoria médica com muita verdade”.

Em seu discurso de agradecimento, o 2º secretário do Cremepe disse que “ser homenageado pela Câmara Municipal do Recife, é para mim motivo de orgulho e incentivo. É com essa convicção, que recebo essa honrosa comenda. Nesse momento de crise, ante uma pandemia de proporções inimagináveis, nunca foi tão importante cultivar o sentimento de solidariedade entre os povos, fator essencial para a sobrevivência da espécie humana”.

Assim, disse ele, “torna-se imperativo a implementação de políticas voltadas para o social, alicerces de um futuro promissor. O direito à saúde, à educação, à segurança, à moradia digna – com água a saneamento básico -e ao trabalho; ações voltadas para fixação do homem no campo em prol de uma genuína reforma agrária, responsável e equânime. Por uma sociedade mais justa”.

O conselheiro disse ainda que é motivo de repúdio “a maneira como a medicina, em nível nacional, vem sendo tratada por um Governo Central insensível e irresponsável. Em meio ao descalabro da falta de vacinas no controle da pandemia e das já mais de 400 mil mortes; passa da hora, uma tomada de posição dos médicos brasileiros. A ciência como fonte inesgotável de conhecimento e verdade, medidas sanitárias respeitadas indistintamente por todos e foco na vacinação; barreiras essenciais para a contenção do vírus e o mais do que desejado controle da pandemia”.

Ele condenou a  má gestão e o financiamento inadequado do Sistema Único da Saúde (o o SUS) e observou que não existe hoje nenhum país com mais de 200 milhões de habitantes que tenha um programa de saúde semelhante ao nosso SUS. “Anualmente, são mais de 110 milhões de internações, mais de 2,5 bilhões de procedimentos ambulatoriais; 100% dos transplantes de órgãos sólidos como: coração, pulmão, fígado e pâncreas; 95% dos transplantes de rim, são financiados exclusivamente pelo SUS; controle de doenças sexualmente transmissíveis (DST – Aids), programas de vacinações de massa (gripe, sarampo, tétano, tuberculose, poliomielite, hpv e agora: o novo coronavírus). O nosso Programa Nacional de Imunização (PNI), senhor presidente, tem um potencial de vacinar mais de dois milhões de brasileiros por dia! Para nosso desespero, hoje o PNI encontra-se em patamares humilhantes no número de vacinados, devido a um planejamento equivocado do Ministério da Saúde”.

De acordo com dados recentes do Conselho Federal de Medicina (CFM), disse o homenageado, nos últimos 12 anos R$ 171 bilhões de reais deixaram de ser aplicados na saúde do nosso povo. “Dinheiro suado do contribuinte, disponibilizado e não aplicado, faltou gestão e fiscalização dos órgãos governamentais. Coincidentemente, cada vez mais se estimula o crescimento de instituições privadas em detrimento do SUS. A família brasileira vê-se diante de um dilema cada vez mais presente no já minguado orçamento doméstico: ou paga o plano de saúde ou compra o remédio, não dá para conciliar os dois. O que fazer? Talvez seja a hora de um esforço conjunto no sentido de começarmos de onde estamos e planejarmos o SUS que queremos, viabilizando o possível de uma forma mais justa e eficiente para todos”.

No encerramento de seu discurso, ele fez uma homenagem “a um colega que partiu precocemente de nosso convívio, vitimado pela Covid-19, deixando uma imensa lacuna: o doutor Assuero Gomes da Silva Filho, velho amigo de muitos de nós, que – em sua misericordiosa sabedoria – nos deixou como legado, a união fraterna das entidades médicas pernambucanas. E, em seu nome, presto solene reverência a todos os que tombaram no combate à pandemia”.