O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) promoveu esta semana, nos dias 11 e 12 de maio, duas lives sobre autocuidado na prática médica, a iniciativa faz parte da campanha “Quem cuida também precisa de cuidado”, uma parceria do Conselho com a Sociedade Pernambucana de Psiquiatria (SPP). Os encontros foram transmitidos ao vivo através do canal no Youtube das entidades e estão disponíveis para acesso.
A primeira live teve como temática a “Saúde mental do Estudante de Medicina” e contou com as apresentações do psiquiatra e psicoterapeuta, Leonardo Machado e moderação do também psiquiatra Antônio Peregrino. Durante a introdução ao tema, alguns pontos foram destacados como importantes para o impacto na saúde mental do estudante de medicina, como: alta performance escolar; exigência para consigo mesmo; pouca tolerância a falhas; culpa pelo que não sabem; propensão a sofrer pressões; medo de errar e ideias de abandonar o curso. Na sua apresentação, Leonardo Machado trouxe dados a respeito do assunto, como, por exemplo, que 28% dos estudantes de medicina sofrem com sintomas depressivos e apenas 12,9% estão em tratamento. “É preciso encontrar formas de tratar e principalmente de prevenir”, pontuou o especialista.
Já no segundo dia, o tema do encontro foi “Como lidar com os limites da prática médica?”, com as apresentações do psiquiatra Alberto Gorayeb e da geriatra especialista em medicina paliativa, Mirella Rebello. A moderação foi da secretária-geral do Cremepe, Zilda Cavalcanti. Durante a conversa, foram elencados limites naturais do ser humano que devem ser respeitados em qualquer circunstância, seja ela profissional ou pessoal. “A gente precisa reconhecer que tanto no conhecimento quanto na habilidade e na atitude, haverá limitações que são nossas. Nós somos sujeitos antes de sermos médicos”, afirmou Alberto Gorayeb. “Precisamos reconhecer a nossa vulnerabilidade para criarmos forças”, destacou Mirella Rebello.
A IMPORTÂNCIA DO AUTOCUIDADO PARA O MÉDICO
Autocuidado pode ser definido como o ato de cuidar de si mesmo, buscando suprir as necessidades do corpo e da mente, adotando hábitos saudáveis, a exemplo de: alimentação balanceada, das práticas regulares de atividades físicas, terapias, além da dedicação horas de lazer e de manter uma vida social. Essas práticas são essenciais na prevenção e tratamento do adoecimento e sofrimento psíquico do profissional médico. O sofrimento psíquico do médico relacionado às suas atividades profissionais é uma preocupação crescente.
De acordo com pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em abril de 2021, para 96% dos médicos, a pandemia impactou suas vidas, seja aumentando o nível de estresse (22,9%), gerando sensação de medo e pânico (14,6%), reduzindo o tempo dedicado à família, refeições e lazer (14,5%) e diminuindo o tempo e qualidade do sono (7,6%).
Assista a live sobre “Saúde mental do Estudante de Medicina”:
LIVE: Saúde mental do estudante de medicina
Assista a live sobre “Como lidar com os limites da prática médica?”:
LIVE: Lidando com os limites na prática médica
