O médico e teólogo Aníbal Gil Lopes abordou, no segundo dia do I Encontro Nacional dos Conselhos de Medicina 2018 (I ENCM 2018), a relação entre espiritualidade e saúde. A busca pelo bem-estar e pela mensuração de felicidade foi destacada como um dos principais gatilhos para a frustração e a ansiedade, pois, segundo Lopes, “essa busca passa, em nossa sociedade, pelo ter e pelo poder – que são mecanismos extremamente frustrantes por serem prazeres falsos”.
O palestrante não se limitou a propor uma abordagem religiosa, mas reconheceu as múltiplas concepções de espiritualidade apontando-as como uma forma de encontro consigo mesmo e com o pertencimento do outro. Na vivência médica, Lopes ressaltou que aquele que se propõe a cuidar do outro deve ter o mínimo de sensibilidade para auxiliar o seu paciente a encontrar paz na superação de seus desafios e no encontro com seu valor interior.
“Na doença, é importante saber o que mais importa dentro do ser humano quando todo o exterior deixou de ter valor. Essa é a busca pelo essencial, pelo deserto interior que leva ao conhecimento da pertença individual. Mas, para se encontrar o essencial, o supérfluo deve ser excluído”, afirmou o teólogo.
Para ele, no entanto, a grande dor não é trazida pela doença, mas pela solidão. “A doença traz a noção de finitude e fragilidade, além do reconhecimento da necessidade de se ter um sentido para viver”, concluiu Aníbal Lopes.
Coordenador da mesa, o secretário-geral do Conselho Federal de Medicina, Henrique Batista e Silva, destacou que “tivemos o privilégio de nos emocionarmos com a profunda realidade trazida pelas palavras do professor Aníbal e essa vivência efetivamente humana, em sua racionalidade e espiritualidade, nos engrandece”.
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