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Sepse e o papel do médico são debatidos no II Fórum de Segurança do Paciente

Na segunda parte do II Fórum de Segurança do Paciente, realizado no dia 8 de fevereiro, o Conselho Federal de Medicina (CFM) debateu a importância de se combater a sepse e a importância do médico na segurança do paciente. “A sepse é um problema de saúde pública, tanto que o CFM tem uma recomendação sobre o problema (acesse aqui), e vamos debater aqui como a segurança do paciente vai impactar na detecção e no tratamento da doença”, explicou o secretário da mesa, Marnio Solermann.

O primeiro palestrante foi o presidente do Instituto Latino-Americano de Sepse (Ilas), Luciano Azevedo, que explicou o que era a doença, qual o perfil do paciente, quais os dados epidemiológicos no Brasil e no mundo e o que pode ser feito para diminuir para diminuir o número de mortes. “Um dos fatores para o alto índice de mortalidade por sepse no Brasil é o desconhecimento das pessoas, tanto dos pacientes, como dos profissionais de saúde. Nas UPAs e pronto-socorros, mais das metades dos casos não são identificados no aparecimento dos primeiros sintomas”, afirmou.

Em seguida, a coordenadora-geral do Ilas, Flávia Ribeiro Machado, falou sobre uma resolução de 2017 da Organização Mundial de Saúde (OMS) que tem como meta melhorar a percepção da sociedade sobre a sepse. Graças às campanhas do Ilas, os brasileiros hoje sabem mais sobre a doença “mas falta um plano nacional de combate, a ser encabeçado pelo Ministério da Saúde, como são as campanhas de vacinação, ou de combate ao AVC e às infecções sexualmente transmissíveis”, defendeu Flávia Machado. A coordenadora do Ilas explicou que quanto mais rápida a detecção da sepse, maiores as possibilidades de cura sem sequelas, “por isso é importante que o tema se popularize”.

Segurança do paciente – O primeiro palestrante da mesa redonda “Metas de segurança do paciente – a importância do médico” foi João Fernando Monteiro Ferreira, médico do Instituto do Coração (Incor). “Quando fui coordenar a área de segurança do paciente do hospital, meus colegas achavam que eu não estava mais sendo médico, que estava preso à burocracia. É um erro pensar dessa forma”, afirmou. “A segurança do paciente não tem dono, é responsabilidade de todos”, completou.

Para João Ferreira, se os efeitos adversos tivessem uma CID, seriam a segunda causa de morte no mundo, só perdendo para as doenças cardiovasculares. “Por isso temos de envolver todos nessa luta”, conclamou.
A diretora de qualidade da Rede D´Or, Helida de Oliveira Lima, elogiou o fato de os demais palestrantes usarem a nomenclatura evento adverso no lugar do “erro médico” e enfatizou a necessidade de incorporação da cultura da segurança. “Todos devem aderir, do faxineiro ao médico”, defendeu. Entre as causas dos eventos adversos, segundo Helida, estão a identificação errada e falhas na comunicação. “Pesquisa realizada em 2013 com ortopedistas, 40% responderam que realizaram o procedimento no local errado”, contou.

Helida Oliveira também defendeu que os hospitais procurem engajar os médicos na política de segurança do paciente. “E como fazemos isso? Não será dando mais papeis para ele assinar e impondo mais regras. Será mostrando evidências de que todos ganham com mais segurança”, ensinou.

Em seguida, a representante da Unimed Brasil, Cláudia Meirelles, contou o que a cooperativa está fazendo para diminuir os eventos adversos. “Temos priorizado a segurança, independentemente de qualquer meta financeira. Também temos colocado a cultura da segurança como uma questão transversal e multiprofissional”, contou. Ao final do evento, Jorge Curi avaliou que as palestras permitiram uma visão geral sobre o que está sendo feito no Brasil para melhorar a segurança do paciente e que o CFM vai continuar trabalhando para que mais hospitais implantem e façam funcionar os NSP.