Greve do Hemope forçou a Secretaria de Saúde a recorrer ao estoque do Ihene para evitar que cirurgias eletivas fossem canceladas. Desde ontem, doações foram reduzidas para 30%
A greve dos servidores da Fundação Hemope obrigou a Secretaria de Saúde a acionar um banco de sangue privado para suprir a demanda das cirurgias eletivas (marcadas) nos hospitais públicos e privados do Recife. Ontem, a direção do Hemope chegou a divulgar um comunicado a todos os hospitais da capital, pedindo que essas cirurgias fossem suspensas até a normalização do estoque. Desde ontem, as doações na unidade foram reduzidas a 30%, o suficiente para abastecer somente os casos de urgência.
Segundo a gerente da Unidade de Fortalecimento Institucional da secretaria, Lindanita Galvão, o Instituto de Hematologia do Nordeste (Ihene) será o responsável pelo fornecimento de sangue a todas as unidades hospitalares. “As cirurgias eletivas serão agendadas normalmente”, disse. Porém, essa medida exigirá um custo adicional do Estado. “Estamos dispostos a gastar mais para conseguir atender a todos”, explicou Galvão, sem especificar os gastos com a medida.
Desde ontem, o Hemope só vem recebendo 150 doadores por dia. “Estamos trabalhando no limite. Se a situação persistir por muito tempo, não podemos prever as conseqüências”, alertou a presidente em exercício da fundação, Heloísa Querette. Apesar da grave situação, continua normal o atendimento aos doadores de plaquetas e os que possuem RH negativo, tipo de sangue mais raro. “Fazemos um apelo à população para que continue doando, independentemente da paralisação”.
A greve não atinge, porém, os pacientes graves do Hemope, nem aqueles que vêm do interior. “Só está suspenso o atendimento aos pacientes sem maior gravidade e vindos exclusivamente do Recife”, explicou a diretora de hemoterapia, Silvana Carneiro Leão. Ontem, no Hemocentro Recife, no Bairro das Graças, era possível observar vários funcionários trabalhando normalmente. “Não temos como precisar quantas pessoas estão paradas, isso cabe aos grevistas”, afirmou Carneiro Leão.
Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores da Fundação Hemope (Sindshemope), Ubirajara Carvalho, 70% dos 747 servidores aderiram à greve. “Muitos estão sem trabalhar mas continuam nos corredores”, justificou. Na manhã de ontem, cerca de 50 grevistas realizaram um ato público em frente ao Hemocentro Recife para protestar contra o Estado.
Os funcionários querem reposição de 50% para cobrir metade das perdas salariais dos últimos oito anos, o pagamento de adicional de representação de 85% para um advogado da assessoria jurídica do Hemope, aumento de 30% do tíquete-refeição e o restabelecimento da gratificação do hemocentro, que corresponde a 80% do salário-base e que foi retirada há mais de dez anos.
Da Assessoria de Imprensa do Cremepe.
Com Informações do Jornal do Commercio.







