Com manifestações que envolveram paralisações-relâmpagos em diversas cidades do país, os médicos do Sistema Único de Saúde deram início nesta quarta-feira, 21/11, ao movimento em defesa do SUS, organizado pela Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Conselho Federal de Medicina (CFM), e Associação Médica Brasileira (AMB), através da Comissão Pró-SUS.
Reunidos com jornalistas na sede da AMB, os presidentes das três entidades médicas nacionais, Eduardo Santana (Fenam), Edson Andrade (CFM) e José Luiz Gomes do Amaral (AMB), além do coordenador da Comissão Pró-SUS, Geraldo Guedes, e representantes de entidades de São Paulo, explicaram à imprensa como será o movimento, que inclui, até março de 2008, uma série de ações envolvendo a participação da sociedade no sentido de melhorar as condições de trabalho dos médicos e de atendimento à população.
Ao convocar a imprensa e a sociedade para uma aliança a fim de que se possa mudar a realidade da saúde pública do país, o presidente da Fenam, Eduardo Santana, disse que os médicos precisam reagir à situação de caos que se instalou no SUS. “Não dá mais para aceitar situações como a que eu assisti em Goiás, por exemplo, onde um médico, sentado em um banco de ordenha, atendia a um paciente deitado no chão. Essa situação não pode ser chamada de assistência à saúde”, protestou. Eduardo Santana acrescentou que se os médicos foram cúmplices em aceitar trabalho em serviços desqualificados, foram de maneira culposa, mas se insistirem nessa ação, isso será de maneira dolosa. “Nosso protesto é uma atitude cidadã”, completou.
O presidente do CFM, Edson Andrade, ressaltou que o movimento dos médicos é uma maneira de denunciar a desesperança nacional em relação ao Sistema Único de Saúde. Ele disse que o problema do SUS não é um problema somente dos médicos, mas, sim de toda a sociedade brasileira.
Na opinião do presidente da AMB, José Luiz Gomes do Amaral, o quadro em que se encontra o Sistema Único de Saúde afasta o médico. “A partir de hoje, damos início a uma profunda reflexão, acentuou, acrescentando que os médicos não vão mais se sujeitar às péssimas condições de trabalho e salário.
Objetivo pedagógico
O coordenador da Comissão Nacional Pró-SUS, Geraldo Guedes, explicou que o objetivo do protesto é pedagógico. O que a categoria médica quer, segundo ele, é conscientizar a sociedade da situação caótica em que se encontra o SUS, por conta do subfinanciamento da saúde, enfrentado tanto por médicos quanto por pacientes que dependem de atendimento na saúde pública.
Guedes esclareceu que o movimento de protesto durará 90 dias e que contará com pequenas paralisações que podem durar de 30 minutos a duas horas, além de atos públicos, ações de sensibilização das três esferas de poder e reuniões com autoridades financeiras do país para discutir o subfinanciamento da saúde.
Geraldo Guedes também informou que as comissões estaduais vão divulgar boletins parciais com as atividades a serem desenvolvidas todas as semanas”. “Nossa data limite é cinco de março. Até lá, vamos negociando com o governo e fazendo os protestos, mas se não tivermos uma resposta, tomaremos atitudes mais drásticas”, afirmou Geraldo Guredes.
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http://www.fenam.org.br/index2.asp?portal=&opcao=mostrainformativo&id=5279
Da Assessoria de Comunicação do Cremepe.
Fonte: Imprensa Fenam.







