Vinte e cinco pedidos de exonerações de médicos do estado chegaram à secretaria de Saúde, na tarde desta terça-feira [5]. A informação é da assessoria de imprensa. O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) avisa, no entanto, que 61 demissões já foram entregues. “Por volta das 14h, 31 exonerações foram deixadas na própria secretaria e outras 30 nos departamentos de Recursos Humanos dos hospitais”, enumera o presidente do Simepe, Antônio Jordão.
A exoneração em massa, que está sendo dividida por especialidade, estava programada há pelo menos duas semanas. Nesta quarta-feira (6), o Simepe espera que 100% dos plantonistas em cirurgia vascular entreguem os cargos. A ação é um protesto contra a falta de negociação com a secretaria de Saúde. Ao todo, 486 médicos deverão pedir exoneração.
O Simepe afirma que o última tentativa de negociação por parte do Governo aconteceu no dia oito de julho. “De lá para cá, a sinalização do governo foi zero. Estamos com a mesma pauta há três meses”, completa Jordão. As principais reivindicações do sindicato são o aumento do salário base para R$3.400, o cumprimento integral do acordo feito em 2007, aumento dos percentuais do Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) e equiparação salarial dos plantonistas com os dos neurocirurgiões, além de melhores condições de trabalho.
A última proposta do governo foi de um reajuste de 48,3%, por três meses. O aumento só atingiria plantonistas de oito hospitais do Grande Recife – algo entre 600 e 800 profissionais.
De acordo com o calendário estabelecido na última assembléia da categoria, na semana passada, os próximos a pedir exoneração, na quinta-feira, são os médicos de Serra Talhada, no Sertão do estado, dos urologistas, traumatologistas e os médicos intensivistas das UTIs do Hospital da Restauração.
Na segunda-feira (11.08), é a vez dos cardiologistas do Pracape e do Hospital Agamenon Magalhães. “Esse cronograma é dos médicos e especialidades que já garantiram a exoneração. Ao longo da próxima semana outras especialidades e hospitais podem aderir ao movimento”, disse Sílvio Rodrigues.
Além do HR, médicos do Otávio de Freitas (HOF), Getúlio Vargas (HGV) e Agamenon Magalhães (HAM) também poderão entregar os cargos. De acordo com Sílvio Rodrigues, os médicos só abandonarão suas funções 30 dias após a entrega do pedido de exoneração. Para fazer isso, os próprios médicos têm de reconhecer firma e entregar a exoneração no departamento de Recursos Humanos, dos hospitais onde trabalham.
Rede privada – Há cerca de dez dias, a juíza Clara Maria de Lima Callado, da 3ª Vara da Fazenda Pública da Comarca do Recife, determinou que o Estado garanta o atendimento aos pacientes que procurarem a rede pública de saúde, sendo inclusive responsável pela transferência imediata e pagamento dos cursos do atendimento em hospitais da rede privada, nos casos em que a falta do serviço médico implique em risco de morte.
A magistrada ainda determinou o pagamento de uma multa de R$ 5 mil por cada dia de não cumprimento integral da decisão. No texto da liminar, a juíza classifica de “insustentável” a situação dos dos serviços de urgência, emergência e ambulatorial dos principais hospitais da rede estadual de saúde.
“Centenas de vidas, inclusive bebês na Maternidade do Hospital Barão de Lucena, encontram-se correndo risco de morte por falta de cirurgias, leitos de UTIs ou infecção hospitalar devido ao grande número de pacientes que se amontoam nos corredores, enfermarias e berçários dos grandes hospitais de Pernambuco”, escreveu a magistrada.
Fonte: Diário de Pernambuco.
Cirurgiões-gerais pedem demissão
Cirurgiões gerais atuantes nas emergências dos Hospitais da Restauração (HR), Getúlio Vargas (HGV) e Otávio de Freitas (HOF) se reuniram, no início da tarde de ontem, na sede da Secretaria Estadual de Saúde (SES) para dar entrada aos pedidos de exoneração. Essa foi a primeira especialidade médica a iniciar o processo de demissão, acordado por unanimidade pela categoria em assembléia realizada no último dia 31 de junho, na Associação dos Médicos de Pernambuco (AMPE). Ontem, 29 documentos foram entregues na sede do órgão, sendo cinco vindo do departamento pessoal da SES. As solicitações de exoneração deverão continuar sendo feitas na SES até a próxima semana.
Segundo o secretário-geral do Simepe, Mário Jorge Lobo, hoje será a vez dos cirurgiões vasculares pedirem demissão. Na quinta-feira, está prevista entrega das solicitações de exoneração dos ortopedistas e médicos atuantes nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). “Hoje (ontem) cerca de 80% cirurgiões gerais entregaram os pedidos de demissão na SES ou nos departamentos pessoais das unidades de saúde onde trabalham. Amanhã (hoje), todos os vasculares que atuam nos três hospitais deverão solicitar exoneração. Acreditamos que entre 80% a 90% dos médicos de cada uma das especialidades deverão requer desligamento da SES”, afirmou.
Mário Jorge Lobo disse ainda que nenhuma especialidade deve pedir demissão na sexta-feira. “O processo será retomado na próxima segunda, quando os cardiologistas, inclusive os que atuam no Hospital Agamenon Magalhães (HAM) e no Pronto-Socorro Cardiológico de Pernambuco (Procape), vão dar entrada no documento. Obsteras e pediatras, incluindo aqueles que trabalham na UTI Neonatal do Hospital Barão de Lucena, vão entrar com os pedido até o final da próxima semana”, detalhou.
De acordo com o secretário-geral do Simepe, a perspectiva é de que, só nesta semana, sejam entregues ao Estado 200 solicitações de desligamento. Mais 300 devem se entregues até o final da próxima semana. “Amanhã (hoje), os profissionais do Hospital Regional do Agreste irão se reunir para decidir sobre os pedidos de exoneração na unidade de saúde”, acrescentou. Além de Caruaru, também existe a perspectiva dos médicos que trabalham em Serra Talhada e Garanhuns também pedirem demissão.
Lobo esclareceu, no entanto, que apesar já terem iniciado o processo de exoneração em massa, os médicos deverão permanecer nas unidades de saúde até, no máximo, 30 dias. “Isso é o que manda a lei. Temos que continuar nos cargos até o próximo mês, independente da publicação dos pedidos no Diário Oficial do Estado. Esse será o prazo que o governo terá para formular uma solução para o problema”, afirmou. A assessoria de imprensa da SES informou que a pasta vai analisar todos os pedidos e verificar o tipo de vinculo dos requerentes com a secretaria, assim como a distribuição desses médicos nos hospitais da rede pública, para poder formular uma solução para o problema. A pasta assegurou, ainda, que vai garantir a manutenção dos serviços de saúde
Fonte: Folha de Pernambuco.
Médicos começam a formalizar demissões
Ontem, 29 cirurgiões-gerais levaram seus pedidos de afastamento à Secretaria Estadual de Saúde. Número deve chegar a 200 esta semana
Médicos do Estado iniciaram ontem processo de entrega de cargos. No início da tarde, 29 cirurgiões-gerais foram à sede da Secretaria Estadual de Saúde (SES), no bairro da Boa Vista, Centro do Recife, levar seus pedidos de demissão. Eles atuam nas emergências dos Hospitais da Restauração (HR), Getúlio Vargas (HGV) e do Otávio de Freitas (HOF). Os profissionais continuarão trabalhando por 30 dias, que é o tempo do aviso prévio. Até o fim da semana, outros 30 cirurgiões-gerais devem aderir ao movimento.
Hoje, é a vez de 25 cirurgiões vasculares do HR e HGV solicitarem exoneração, de acordo com o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe). Amanhã, a expectativa é que pelo menos 80 dos 120 ortopedistas dos três grandes hospitais da capital entreguem seus pedidos de desligamento. No mesmo dia, uteístas do HR e do setor neonatal do Hospital Barão de Lucena (HBL) e urologistas do HGV e do HOF também deverão ir à Secretaria de Saúde com as cartas de demissão.
O secretário-geral do sindicato, Mário Jorge Lobo, acredita que, esta semana, o número de pedidos de exoneração chegará a 200. Segundo ele, há atualmente 500 solicitações de demissão no Simepe. “O processo foi iniciado. Esses documentos que estão no sindicato denotam uma intenção, uma tendência”, ponderou. Cerca de 80% dos médicos que enviaram cartas ao Simepe atuam em emergências. O serviço público conta com seis mil profissionais de saúde em todo o Estado.
O movimento, garantiu Mário Jorge, não está restrito ao Recife. Até sexta-feira, o secretário-geral informou que chegarão à secretaria pedidos de demissão de médicos do Hospital de Serra Talhada, no Sertão, e do Hospital Regional do Agreste (HRA), em Caruaru.
Formado em medicina há quatro anos e trabalhando no Hospital da Restauração há dois, o cirurgião-geral Pablo Maricevich foi um dos que solicitaram exoneração. “Isso nos deixa desiludido, sobretudo quem tem espírito público. Estou há pouco tempo atuando, mas já deu para perceber que as condições de trabalho são muito ruins. Pude evidenciar que não temos como prestar um atendimento de qualidade à população”, criticou.
O cirurgião-geral Balduíno Nóbrega Júnior atua nas cirurgias eletivas do HGV e também entregou sua carta de demissão. “Isso está acontecendo pelo descaso do governo em relação às negociações, que devem ser anuais. Só que nada da pauta de 2007 foi cumprido até agora. E a gente ainda precisa atender até quatro vezes mais pacientes que a capacidade”, reclamou ele.
A Secretaria Estadual de Saúde declarou que os pedidos de exoneração foram protocolados, mas que vai analisar as cartas para se manifestar oficialmente sobre o assunto. A assessoria de comunicação informou que é preciso saber o tipo de vínculo dos médicos que solicitaram demissão. A SES, no entanto, garantiu que serão tomadas as medidas necessárias para assegurar o atendimento à população. A proposta do governo, rejeitada pela categoria, foi de 48,27% para plantonistas.
Fonte: Jornal do Commercio.
Da Assessoria de Comunicação do Cremepe.







