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Nova técnica esteriliza mulher sem cirurgia

Contracepção histeroscópica é um procedimento irreversível, sem anestesia e incisões, que atua no organismo criando uma barreira natural à gravidez

SALVADOR – As mulheres que não pretendem mais ter filhos já contam com um novo método de esterilização definitiva. Alternativa à laqueadura cirúrgica, a contracepção histeroscópica é um procedimento irreversível, realizado sem anestesia e incisões, que atua no organismo criando uma barreira natural impedindo a gravidez.

O procedimento pode ser realizado em ambulatório, por ginecologistas que fizeram curso de histeroscopia, em até 15 minutos. “Esse novo procedimento tem o benefício de permitir uma apreensão melhor da trompa, além de dar mais comodidade ao ginecologista no ato cirúrgico”, considera o médico Hilton Pina, chefe do setor de ginecologia do Hospital das Clínicas (Hospital Universitário Professor Edgar Santos – Hupes) da Universidade Federal da Bahia.

A técnica consiste na colocação de microimplantes macios e flexíveis pelas vias naturais do corpo (vagina, colo do útero e útero) até as trompas (canais onde ocorre a fecundação). Os implantes são colocados por histeroscopia. O endoscópio que permite ao médico visualizar o procedimento em uma tela é introduzido pela vagina e chega ao útero. Os microimplantes são feitos de fibras de poliéster, níquel-titânio e aço inoxidável.

Também é introduzido um cateter, que deposita o implante nas trompas para impedir que a mulher engravide. Há semelhanças com a laqueadura, que também é feita nas trompas, por meio de corte ou ligamento.

“Entretanto, ao contrário da laqueação de trompas e da vasectomia, não são feitas incisões nem punções no corpo. O procedimento pode ser realizado em uma clínica ou ambulatório, sem anestesia geral, é rápido e a recuperação é imediata”, enumera o ginecologista Kleber Morais, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

“Vários testes foram realizados com esse método, mas o Essure – nome comercial – é o mais recente aprovado no Brasil e que tem mostrado eficácia em mais de 95% dos casos”, diz Morais, mas a empresa que comercializa o método relata eficácia em 99,8% dos casos.

O produto, em uso na Europa e aprovado nos EUA em 2002, teve seu registro publicado no Diário Oficial da União pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em fevereiro de 2009, mas só começou a ser utilizada em clínicas particulares com mais frequência este ano. De acordo com o ginecologista Kleber Morais, após três meses de realizado o procedimento é necessário fazer uma radiografia pélvica para confirmar a localização correta do microimplante.

“Durante as semanas que se seguem ao procedimento, o corpo e os microimplantes trabalham juntos para formar uma barreira natural que impede que o esperma alcance o óvulo. O teste verifica se a posição do microimplante está correta. Por esse motivo, durante o período de três meses, o paciente deve continuar a usar outra forma de contracepção”, orienta.

Custo de microimplante ainda é muito elevado

SALVADOR – O novo método apresenta vantagens em relação aos tradicionais, mas o alto custo limita o acesso de boa parte das mulheres ao procedimento. Quem quiser usufruir da praticidade e rapidez da técnica deve desembolsar algo em torno de R$ 8 mil reais pelo microimplante somado aos honorários médicos, de acordo com a fabricante americana do Essure, a empresa Conceptus Inc.

“Creio que o caminho será o governo fazer uma comparação do custo benefício entre a laqueadura convencional e o novo método e avaliar o que é mais barato, além de mais eficiente”, diz chefe do setor de ginecologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Hilton Pina.

De acordo com informações da assessoria de imprensa da Conceptus, existem alguns procedimentos realizados através de fontes pagadoras. Além disso a distribuidora está entrando com o protocolo de vigência dentro de alguns hospitais públicos. Em Santa Catarina a lei nº 14.870 autoriza o Sistema Único de Saúde (SUS) a oferecer a laqueadura sem cirurgia gratuitamente.

“Seria importante se todo o resto do Brasil adotasse esta lei, já que esse método representa um avanço grande e deveria ser disponibilizado gratuitamente pela rede SUS, como ocorre na França e Espanha, por exemplo”, considera o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Kleber Morais.

Da Assessoria de Comunicação do Cremepe.
Fonte: Jornal do Commercio.