Pesquisar
Agendar Atendimento Presencial

Serviços

ver todos

A vez do Alto José do Pinho

As duas equipes de caravaneiros saíram da sede do Cremepe hoje (06.06), pela manhã, para mais uma jornada nas comunidades do Recife. Desta vez os bairros visitados foram o Alto José do Pinho e San Martin.

Os componentes da caravana que seguiram para o Alto José do Pinho foram recebidos com chuva na localidade e, assim que chegaram, se dividiram para iniciar o trabalho.

A equipe de fiscalização, formada pelos médicos José Tenório, Sylvio Vasconcellos e Carla Cristine, encontraram na Unidade de Saúde da Família Irmã Denize – Distrito Sanitário III, a sala de espera para atendimento cheia.

Íris Simone de Lima somava ao número de pacientes em espera. Moradora do Alto José do Pinho desde nascença, Íris sabe o que é precisar de um atendimento e não ter. Aos 30 anos e já mãe de cinco filhos, a manicure chegou à unidade com exames para serem analisados pelo médico, mas desistiu de esperar por causa da demora no atendimento. “A dificuldade para marcar consulta é grande. Quando consigo, é depois de dois ou três meses tentando e agora o atendimento é demorado”, se queixou.

A unidade possui três equipes que se dividem entre três médicos, três enfermeiros e vinte e dois agentes de saúde voltados para o atendimento de quase 20 mil moradores. Em função deste alto número de atendimentos a prefeitura decidiu readequar o número de pacientes por equipe. Isto representou na exclusão de uma parcela de moradores no acompanhamento, através de consultas, a partir desta unidade.

Segundo Carla Cristine, que ouviu alguns usuários, é grande a insatisfação em boa parte da comunidade. “O serviço foi descentralizado e muitos moradores precisam buscar atendimento nas unidades mais próximas, no entanto o problema se torna maior para àqueles que não tem condições físicas de se deslocar e precisam de atendimento domiciliar”, colocou Carla.

Outra queixa uníssona é a saída da farmácia básica daquela unidade. “Hoje os pacientes precisam se deslocar para a farmácia localizada no Albert Sabin porque na unidade do distrito sanitário III não há dispensação de medicamentos. Isto reflete a falta de integralidade na assistência”, afirmou a fiscal da caravana.

A equipe de pesquisa nas ruas preencheu, com a opinião dos moradores, vários questionários que refletiam a realidade do Alto José do Pinho. Conhecido como um bairro que possui uma forte influência cultural, característica positiva reafirmada pelos moradores para a equipe, a comunidade vivencia problemas sérios na área de drogas e na falta de programas e ações contra a violência e o preconceito. Há reclamações ainda no abastecimento de água, que é feito de quatro em quatro dias.

O trabalho da caravana mais uma vez não só diagnosticou problemas e observou pontos positivos, mas também levou alegria, descontração e arte aos recantos do Alto José do Pinho.

A oficina de pintura e grafitagem se instalou na Escola Estadual Dona Maria Tereza Correa e, através da experiência de Galo e Léo, responsáveis pela trabalho, os alunos aprenderam um pouco mais sobre desenho e aquarela. Os resultados foram pinturas expressivas que refletiam a realidade vivida pelas crianças.

“Nosso objetivo com essas oficinas é permitir a livre expressão artística de cada comunidade e assim reunir essas obras em uma exposição ao final da caravana”, afirmou Ricardo Paiva, coordenador da iniciativa.

A programação segue este semana e na próxima sexta-feira (08.06) os caravaneiros estarão na Vila Santa Luzia e no Sítio das Palmeiras.

Clique aqui e confira as fotos