Pesquisar
Agendar Atendimento Presencial

Serviços

ver todos

Prática esportiva em grandes altitudes

Quanto mais alto o local, menor a oxigenação do sangue e maiores os riscos

A interferência de altitude no rendimento físico é sempre muito comentada no futebol. Jogadores e torcedores frequentemente atribuem a ela os resultados insatisfatórios em países como Bolívia ou Colômbia. Especialistas confirmam que o problema é real e oferece riscos importantes.

Os efeitos vão desde um leve cansaço até o desenvolvimento de edema pulmonar. O risco,vale registrar, não é apenas para jogadores, mas para qualquer pessoa submetida a grandes diferenças de altitude, adverte o médico José Eduardo Delfini Cançado, Presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).

Quanto mais alto o local, mais baixa a pressão exercida pelo ar. O oxigênio, por sua vez, tem diminuição proporcional à pressão. Traduzindo: quando alguém se desloca a um lugar mais alto, apresenta queda de oxigênio no sangue e o organismo pode acusar relevantes alterações.

Dessa forma, quando expostos ‘a grandes altitudes, na dependência da idade, do condicionamento cardiovascular e muscular e da existência de doença prévia, os indivíduos podem apresentar desde pequena sensação de desconforto, dificuldade para respirar até um quadro grave de edema pulmonar.

“Um efeito corriqueiro é o edema no pulmão, que pode ocorrer quando se está a mais de 3.400 metros de altura. A falta de oxigênio faz com que os vasos do pulmão deixem sair líquido; o pulmão, então, fica encharcado e a pessoa precisa ser internada”, alerta o médico José Roberto Jardim, pneumologista da SPPT.

A falta de ar é outra reação comum entre atletas e turistas que se descolam eventualmente para áreas mais altas. Quando o nível do oxigênio no sangue cai, há um estímulo do centro respiratório para respirar mais, provocando aumento na freqüência respiratória e a sensação de cansaço.

Ainda segundo Jardim, a quantidade reduzida de oxigênio também interfere no funcionamento do músculo. Nesse caso, o esportista sente mais o impacto. “Para mexer o braço, por exemplo, é preciso consumir energia, processo que envolve a produção de ATP. Mas, com pouco oxigênio, não é possível produzir essa substância em quantidade suficiente e o excesso de energia necessária produz como subproduto o ácido lático, tendo como efeito prático a queda de rendimento”.

Todos esses problemas, entretanto, não são sentidos por quem vive nas regiões de grande altitude. De acordo com o dr. Jardim, não se sabe ainda o mecanismo responsável por isso, mas as pessoas que nascem nesses locais se adaptam e não tem tendência maior a adquirir doenças respiratórias.

Mitos e verdades

A despeito de ser associado à diminuição de efeitos da altitude, medicamento indicado para disfunção erétil não tem recomendação fisiológica, segundo o dr. Jardim, diferentemente de boatos que ganharam corpo na mídia às vésperas do último jogo entre Brasil e Equador.

“Com o nível de oxigênio baixo, as artérias do pulmão se fecham um pouco, dificultando a passagem de sangue. Como o medicamento é um dilatador das artérias do pulmão, fizeram essa associação. Mas não há comprovação que este fármaco tenha alguma ação em indivíduos normais, funcionando só para quem tem distúrbios respiratórios específicos”.

Da Assessoria de Comunicação do Cremepe.
Fonte: Acontece Comunicação e Notícias.