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SBACV lança campanha de segurança na escleroterapia

Aqueles vasinhos e varizes que tanto incomodam e são esteticamente desagradáveis merecem atenção especial e podem ser sinal de um problema circulatório mais sério. Estudos nacionais apontam que 37,5% da população brasileira têm varizes. A doença pode gerar complicações, como trombose e úlceras, além de dores e inchaço.

O desconforto estético acaba levando muitas pessoas a procurarem o tratamento de escleroterapia ou aplicação, como é conhecida popularmente, com profissionais sem formação em medicina, desconhecendo o fato de que apenas o médico especialista pode indicar o procedimento adequado, após um diagnóstico correto do grau da doença.

Para esclarecer a população sobre a importância de realizar o tratamento de varizes e vasinhos com o médico e preservar a saúde e segurança da população, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) lança a Campanha Nacional de Segurança na Escleroterapia.

“O paciente que procura um profissional não médico para aplicação nas pernas corre riscos de sofrer consequências sérias. Para esse tratamento, é preciso mais que uma avaliação superficial. O Angiologista e/ou Cirurgião Vascular realiza um exame clínico detalhado, capaz de diagnosticar se a pessoa apresenta insuficiência venosa ou outras condições que exigem condutas mais complexas, como cirurgias, por exemplo. Além disso, pode haver complicações, que variam desde a insatisfação estética com o resultado até ameaça à integridade física, trombose, embolia pulmonar e reações graves”, alerta o Cirurgião Vascular e diretor de Defesa Profissional da SBACV, Dr. Francesco Botelho.

Nos últimos seis meses, a SBACV tem recebido denúncias de atuação de não médicos em procedimentos vasculares, vendendo a suposta impressão de não possuírem riscos de complicações. A Sociedade alerta que há pessoas oferecendo até aplicação de ozônio para tratar varizes. “Não há nenhum embasamento científico da eficácia e segurança desse tipo de procedimento para o tratamento de varizes ou telangiectasias”, aponta o Cirurgião Vascular e um dos coordenadores do Departamento de Doenças Vasculares com comprometimento estético Dr. Guilherme Peralta.

O Conselho Federal de Medicina (CFM), inclusive, já emitiu nota de repúdio ao projeto de lei que autoriza a ozonioterapia. “O CFM, que conta com a outorga de aprovar ou vedar procedimentos médicos no País, como prevê a Lei nº 12.842/2013, já analisou esse procedimento por meio de Comissão específica. Na oportunidade, as evidências apresentadas não foram consideradas consistentes, sendo recomendado que a ozonioterapia apenas seja realizada de modo experimental, observando-se as recomendações de protocolos de pesquisa definidos pelo sistema CEP/CONEP”, diz trecho da nota.

Contraindicação

Outro alerta é para o uso de glicose nas aplicações. Embora haja profissionais não médicos sugerindo que a aplicação de glicose não causa reações, a SBACV destaca que não é bem assim. Podem ocorrer efeitos indesejados. Apesar de ser uma substância circulante no sangue, há riscos de problemas que podem levar a feridas e flebites, que é a inflamação do vaso.

Dr. Peralta ressalta ainda que a escleroterapia tem contraindicações e optar pelo tratamento sem uma avaliação médica é um risco. “Se a pessoa não tem pulso nos pés, é sinal de que ela tem um comprometimento arterial e a escleroterapia é contraindicada, pois pode causar complicações graves”, diz.

Dessa forma, a escleroterapia deve ser realizada em consultório médico, pois, se houver algum tipo de complicação, o paciente receberá o suporte adequado imediatamente para resolver o problema.

A SBACV acrescenta que as varizes e vasinhos não podem ser avaliados como um problema meramente estético. É um tratamento invasivo e muito delicado para ser efetuado em qualquer ambiente e por quem não estudou o sistema vascular. A doença varicosa pode desencadear desdobramentos e até a perda de membros se não for adequadamente tratada. É importante realizar exames de imagem, como o Ecodoppler, para verificar o seu grau, e considerar todas as condições físicas, metabólicas e cardiovasculares do paciente.

Por esses motivos, a SBACV alerta a procurar um Angiologista e/ou o Cirurgião Vascular, que possui formação adequada e é, portanto, o profissional habilitado para apontar, com segurança, qual a melhor técnica a ser empregada em cada caso e a verdadeira dimensão de suas varizes.